Visitando a Co-Catedral de São João em Valletta

Qualquer visita a Malta deve incluir uma caminhada pelo centro histórico de Valletta e uma visita à Co-Catedral de São João. Construída no século XVI para os Cavaleiros de São João, a catedral hoje é um monumento à fascinante história desta pequena ilha mediterrânea.

Fachada principal

A fachada grande e sutil dessa igreja mascara o interior extravagante com seu estilo barroco e obras de arte de alguns dos principais artistas da história. Já as duas grandes torres de sino que ficam de guarda acima da catedral dão ao edifício um caráter de fortaleza, apropriado para a época e os eventos que levaram à sua construção.

  • História

A história da Catedral de São João remonta ao início do século 16, quando os Cavaleiros de São João passaram a “governar” a pequena ilha mediterrânea de Malta e construíram Valletta como uma fortaleza, com muros altos e grossos para proteger a cidade.

E na posição mais proeminente no centro da nova cidade seria o local da nova igreja, chamada Catedral de São João, em homenagem aos Cavaleiros de São João e seu santo padroeiro, João Batista.


  • Visitando a Catedral

A catedral em si é uma obra de arte impressionante, onde praticamente cada centímetro quadrado do interior é adornado em ouro, prata, mármore e cores.

Ouro e mais ouro

A nave, ou corpo principal da igreja, tem impressionantes 15 metros de largura e 53 metros de comprimento, com capelas em ambos os lados.

Existem nove capelas no total e oito delas são dedicadas a uma das diferentes línguas da Ordem dos Cavaleiros. Resumindo, a língua representa as várias origens nacionais dos membros dos Cavaleiros de São João. Há um para a Itália, um para a Alemanha, França e assim por diante. Cada capela é em si uma obra-prima da arte barroca.

As capelas da co-catedral:

Capela da Langue de Castela, Leão e Portugal
Capela da Langue da Provença
Capela da Langue de Aragão
Capela da Langue de Auvergne
Capela da Langue da Itália
Capela da Langue da Alemanha
Capela da Langue da França
Capela da Langue Anglo-Bávara
Capela de Nossa Senhora de Filermos

Uma das capelas
Corredor que interliga todas as capelas
Uma das capelas

Não deixe de observar o chão da catedral, outra obra de arte, que é todo coberto de lápides feitas de mármore onde estão depositados os restos mortais de alguns dos mais famosos cavaleiros de São João. Cada uma das 400 tumbas é decorada de forma exclusiva com o brasão de armas do Cavaleiro e apresenta uma paisagem colorida no chão da catedral.

O altar-mor é considerado o local mais sagrado da catedral – feito inteiramente de mármore, foi um presente do grão-mestre Carafa. Também na abside está a impressionante escultura de mármore intitulada “Batismo de Cristo por João Batista” e a lâmpada de prata do Santuário sendo sinalizada por dois anjos.

Altar
Altar

O teto é exatamente como se poderia esperar, e é outra obra de arte que contém afrescos que retratam cenas da Bíblia. O artista Mattia Preti passou seis anos pintando o teto e ele também está enterrado aqui na catedral.

Além da catedral, há também a Galeria de Imagens e o Oratório, que incluem várias obras de arte dos artistas italianos Mattia Preti, Matteo Perez d’Aleccio e Caravaggio.

Aliás, o destaque é certamente a obra-prima de Caravaggio, “A decapitação de São João Batista” (1608). Esta grande pintura a óleo é a única obra de arte que o famoso artista italiano assinou.

O oratório também abriga o quadro “São Jerônimo” (1607–1608) , outra obra de Caravaggio.

Oratório:

“A decapitação de São João Batista” de Caravaggio
Outras obras do oratório
“São Jerônimo” (1607–1608) , outra obra de Caravaggio.

Galeria de Imagens: 

Depois de ver as pinturas, não deixe de caminhar pelo Perellos Hall, que contém um maravilhoso conjunto de tapeçarias flamengas.

Todo o conjunto inclui vinte e nove peças, incluindo cenas da vida de Cristo, a Virgem Maria e os apóstolos. Algumas tapeçarias estão penduradas no Vestiment Hall, que também contém várias vestimentas de seda sagrada doadas por vários grão-mestres.

E, finalmente, há o Ciro Ferri Hall, que contém vários manuscritos da parte inicial dos Cavaleiros, que ficam na ilha de Malta. Chamados de livros de coral, esses belos documentos históricos são gravados em fundo de folha de ouro e contêm as iniciais originais dos grão-mestres pintadas à mão.

Há, não deixe de subir no andar superior para ter as melhores vistas da nave central. A escada de acesso fica em uma das laterais, próxima a saída.

Andar superior da catedral


  • Informações importantes

  • Hoje, a Co-Catedral de São João é um dos locais mais visitados em Malta. Ela está aberta de segunda a sexta-feira, das 9:30 às 16:30, com a última entrada às 16:00. Aos sábados, está aberta apenas das 9:30 às 12:30 e fecha aos domingos e feriados. A taxa de entrada para adultos é de 10 euros.
  • Sua taxa de inscrição inclui o uso de um guia de áudio portátil nas 24 paradas da catedral e que está disponível em seis idiomas diferentes: maltês, inglês, italiano, francês, alemão e espanhol.
  • Como em qualquer local de culto, é solicitado que os visitantes se vistam adequadamente ao entrar na catedral.
  • São permitidas fotos dentro da catedral, mas o uso de flash é proibido.
  • A entrada para turistas fica na lateral da catedral, na Rua Ir-Repubblika, em Valletta:


  • Se localize


  • Quando ir à Malta? 

Por ser uma ilha mediterrânea, Malta é conhecida por seu clima ameno, bem típico da região, com temperaturas variando entre 8 e 16 graus no inverno e de 25 a 30 no verão, que vai de junho a agosto.

Durante o verão, que é a alta temporada, a temperatura em Malta pode facilmente chegar aos 40 graus e a probabilidade de chuva é quase nula. Porém, por ser período de férias, o arquipélago fica lotado de turistas, o que também encarece a viagem – o país que tem pouco mais de 400 mil habitantes chega a ter quase 2 milhões durante esse período.

A minha estadia em Malta foi entre fevereiro e março. Como era finalzinho de outono e início de primavera, peguei muitos dias instáveis, com grande variação de temperatura – amanhecia chovendo, esfriava, saia o sol, esquentava, voltava a chover, etc. Isso sem falar nos ventos gelados e fortes de alguns dias e que me destruiu dois guarda chuvas em uma semana – sim, o vento na ilha é surreal.

Mesmo assim, a maioria dos dias nesses dois meses foi de sol e temperaturas em torno de 12 graus – só consegui aproveitar o calor e praia tão típicos da ilha em minha última semana, no final de março.

Com isso, acredito que os melhores meses para visitar Malta sejam entre o final de abril e começo de junho, onde as temperaturas estão altas (mas nem tanto) e o número de turistas é menor.

Valletta vista de Sliema durante o pôr do sol

  • Onde ficar hospedado?

O país é movimentado pelo turismo e por isso não faltam opções de hospedagem, que vão de simples albergues a resorts estrelados.

As hospedagens mais baratas ficam em cidades não litorâneas, principalmente no centro da ilha. Porém, acredito que o melhor seja ficar próximo ao litoral, a fim de poupar tempo e dinheiro com locomoção.

St. Julian’s e Sliema concentram os principais polos hoteleiros e gastronômicos de Malta e são as regiões preferidas pelos jovens (principalmente os baladeiros) e pelos intercambistas. Em compensação, os preços são mais elevados. O mesmo acontece com Valletta, que apesar de ser mais calma, tem preços altos.

Portomaso em St. Julian’s, que abriga hotéis de alto luxo

Msida, Birkirkara, San Gwann, Mosta, St. Paul’s Bay, Mellieha e Bugibba são opções interessantes de hospedagem na ilha de Malta. Já em Gozo, apesar da oferta de hospedagens ser menor, as melhores cidades são Victoria, Marsalforn e Xlendi.

Abaixo listo algumas opções bem avaliadas e bem localizadas em Malta para vocês:

The Phoenicia Malta (5 estrelas): Localizado em Valletta, este hotel luxuoso oferece quartos elegantes com vistas deslumbrantes para o mar ou para os jardins. Possui uma piscina ao ar livre, spa, restaurante gourmet e um serviço diferenciado.

Hotel Juliani (4 estrelas): Situado em St. Julian’s, este hotel boutique é conhecido por sua decoração moderna e ambiente sofisticado. Os quartos são elegantes e possuem varandas com vista para o mar. O hotel também conta com um restaurante à beira-mar e um lounge na cobertura.

The Westin Dragonara Resort (5 estrelas): Localizado em St. Julian’s, este resort oferece quartos espaçosos e confortáveis, muitos com vista para o mar. O resort possui uma ampla variedade de instalações, incluindo piscinas, praia privativa, spa, cassino e vários restaurantes.

InterContinental Malta (5 estrelas): Localizado em St. Julian’s, este hotel de luxo oferece quartos modernos e bem equipados, além de várias opções de restaurantes e bares. O resort possui várias piscinas, spa, academia e acesso direto a uma praia privativa.

Palazzo Consiglia (4 estrelas): Situado em Valletta, este hotel boutique está alojado em um edifício histórico restaurado. Os quartos são elegantes e apresentam detalhes arquitetônicos encantadores. O hotel também possui um terraço com piscina, spa e um restaurante de alta qualidade.

Two Pillows Boutique Hostel: Localizado em Sliema, este albergue boutique oferece quartos compartilhados e privativos a preços acessíveis. As acomodações são modernas e bem equipadas, e o albergue possui áreas comuns acolhedoras, como um lounge e uma cozinha compartilhada.

Hostel Malti: Localizado em St. Julian’s, este albergue oferece quartos compartilhados e privativos a preços acessíveis. O ambiente é descontraído e acolhedor, e o albergue possui um terraço ao ar livre, uma cozinha compartilhada e um lounge social.

QAWRA Palace Resort & SPA: Localizado em St. Paul’s Bay e com vista da Baía Salina, o hotel oferece piscina coberta e ao ar livre. A propriedade conta com campo de minigolfe e um salão de jogos com mesa de bilhar. Todas as unidades têm uma varanda privativa com vista da baía ou do pátio interno e campo de minigolfe.

ibis Styles ST Pauls Bay Malta: Localizado em St. Paul’s Bay, oferece lounge compartilhado, terraço, restaurante e bar, além de piscina ao ar livre. Alguns quartos possuem varanda com vista da cidade.

Lembre-se de verificar a disponibilidade, preços e outras informações relevantes diretamente com as acomodações.


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4 Respostas a “Visitando a Co-Catedral de São João em Valletta

    1. Oi, Maria.
      Espero que esse post lhe ajude em sua viagem =)
      A Catedral de São João é apenas uma, das inúmeras belezas que Valletta oferece!

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