Menor das 3 ilhas que formam o Arquipélago de Malta, Comino tem apenas 3,5 km de extensão, mas guarda belezas naturais de tirar o fôlego, como é o caso da Blue Lagoon, praia com águas azul-turquesa cristalinas e que formam um dos lugares mais paradisíacos que vi na vida.
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Melhor época para ir
A Blue Lagoon não é apenas muito popular entre os turistas, mas também entre os moradores locais. Por isso, se puder, vá fora da alta temporada – os meses de maio, junho, setembro e outubro são quentes o suficiente para aproveitar um dia de praia, mas com mais conforto e menos tumulto.
Mas se você estiver viajando na alta temporada, definitivamente opte por um dia de semana e vá o mais cedo possível – dependendo de onde você está hospedado, saia de casa por volta das 7h-8h, para evitar as multidões, especialmente nos dias mais quentes.
O mar costuma ser bastante calmo durante os meses de verão, mas fica um pouco mais agitado à medida que os ventos ficam mais fortes no outono e inverno. Além disso, viajar no outono e, principalmente, no inverno, tem um grande porém que são as baixas temperaturas da água.
Eu estive em Comino no início de fevereiro, finalzinho do inverno, e a temperatura estava por volta dos 15°C e a água estava bem gelada hehe.
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Infraestrutura
Comino tem um clima super roots, sendo um ótimo lugar para quem procura um contato 100% natureza. Para se ter uma ideia, oficialmente, apenas 3 pessoas moram ali, há pouquíssimas construções e um único hotel, no norte da ilha.
Comino também é uma área popular para acampar no verão, quando a temperatura mantém-se bastante quente. Existe apenas um parque de campismo em Comino, no norte da ilha, na Baía de Santa Marija.
Lá, há uma pequena praia de areia que permite o acesso ao mar para nadar. Sem necessidade de autorização, você pode organizar um acampamento com seus amigos e até mesmo usar a churrasqueira de pedra e os banheiros públicos da região.
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Como chegar à Blue Lagoon
A única maneira de se chegar a Ilha de Comino é através de ferry ou excursão de barco que partem das ilhas de Malta e de Gozo diariamente – não confundir com o Gozo Ferry, embarcação bem maior e que faz um trajeto similar (Malta>Gozo), mas sem paradas em Comino.
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Saindo de Malta:
Estando na Ilha de Malta, o mais importante é chegar até as cidades de Cirkewwa ou Marfa, ambas localizadas no norte da ilha e de onde partem as balsas e lanchas que funcionam regularmente (mais ou menos a cada 30 minutos) para a Blue Lagoon.
De ônibus, o Terminal Marítimo de Cirkewwa se torna o seu ponto de referência, por ser o final da maioria das linhas que vão até a cidade.
Porém, se você está de carro, o Terminal Marítimo de Marfa se torna uma melhor opção, por ter a melhor infraestrutura para estacionar o seu veículo.
Malta é uma ilha pequena, mas isso não significa que as viagens de ônibus sejam curtas, por isso, se você optar por ir a esse terminal de transporte público, poderá dedicar pelo menos 2 horas para a viagem dependendo do lugar onde você está hospedado.
No entanto, é muito fácil encontrar um ônibus que o levará ao Terminal Marítimo. Os ônibus que vão diretos para Cirkewwa são esses:
- Valletta | Msida | Mosta – ônibus número 41 ou 42
- Sliema | St. Julian’s – ônibus número 222
- Bugibba – ônibus número 221
- Aeroporto – ônibus X1
- Baía Dourada – ônibus 101 ou 102
Cirkewwa é o ponto final dessas linhas, então não tem erro.
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Saindo de Gozo:
Se você estiver partindo de Gozo, terá que pegar a linha 301 ou 303, que partem de Victoria, em direção ao Terminal Marítimo Mgarr, cidade localizada no sul da ilha.
Um bilhete único de ônibus custa €2 durante os meses de verão e €1,50 no inverno e é válido por até 2 horas.
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Pegando o ferry:
O ferry para Comino funciona regularmente todos os dias do ano. Um bilhete de ida e volta custa €13 no inverno e €10 no verão. Crianças até 10 anos têm 50% de desconto. Grupos acima de 10 pessoas podem se beneficiar de um desconto.
As primeiras partidas são às 9h e a última às 15h30. A frequência é a cada 30 minutos no verão e a cada 60 minutos nos outros meses. Lembrando que as viagens obviamente podem ser suspensas em caso de mau tempo.
O último retorno pode ser feito às 16h, mas se você tiver sorte, poderá conseguir um horário mais tarde, no entanto, isso é arriscado, pois os barcos posteriores só operam se ainda houver pessoas esperando.
A viagem dura 25 minutos na ida e 35 minutos na volta, ou vice versa. Essa diferença no tempo é porque o barco leva você em um pequeno passeio para ver as cavernas de Comino e Cominotto. Independente se esse passeio é feito na ida ou na volta, o destino final do ferry provalmente será a Blue Lagoon e um de seus píers turísticos.
Existe a possibilidade de pegar um barco para Gozo a partir de Comino em vez de regressar a Malta e visitar a outra ilha – foi o fiz. Nesse caso, você pode comprar esse tipo de ingresso antecipadamente ou na hora.
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Excursões de barco:
Existem diferentes empresas que oferecem excursões de barco partindo de Sliema, St. Julians ou Bugibba até Comino e que geralmente incluem alimentos e bebidas. As partidas são às 10h e o regresso às 18h, horário esse que é fixo.
Os preços variam de €25 a €50, dependendo do pacote e do tipo de barco que você escolher. De Bugibba, os preços são um pouco mais baratos devido a uma distância mais curta, variando de €15 a €20.
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A minha viagem
Eu estive visitando Comino em um sábado no início de Fevereiro de 2019, durante o intercâmbio de 2 meses que realizei em Malta. Como estava hospedado em St. Julian’s, eu e meus companheiros de viagem Carol, Lidy e Gui, pegamos o bus 222 logo pela manhã, por volta das 8h, até o Terminal Marítimo de Cirkewwa – a viagem durou cerca de 1h30 e o bus estava lotado (pra variar).
Lá em Cirkewwa, pagamos €13 pelo ferry que ia até Comino, mas que depois seguia para Gozo. Notei que há diferentes tipos de ferrys, uns maiores e outros menores, mas acredito que essa diferença é devido as empresas que operam. De qualquer forma, se informe certinho sobre valores e o trajeto antes de fechar.
Nós compramos o bilhete na hora e o barco saiu apenas 10 minutos depois, com todos os lugares vendidos. A viagem foi bem tranquila, apesar do friozinho que fazia pela manhã, e cerca de 20 minutos depois, já avistávamos a ilha.
Antes de chegarmos ao destino final, fizemos um rápido tour em frente aos paredões rochosos de Comino e Cominotto, incluindo algumas formações conhecidas como “cavernas” – isso dura cerca de 5 minutos.
Já nesse trecho do passeio, começamos a avistar o incrível azul da água. Demos a volta em torno da ilha de Cominotto e logo já conseguíamos ver o nosso ponto de parada: um pequeno píer da Comino Ferry Service, localizado bem em frente as piscinas naturais.
Devido a grande quantidade de barcos e lanchas ali, essas embarcações não costumam ficar paradas ali e sim um pouco mais afastadas, em alto mar, retornando para o píer apenas próximo do horário da partida.
Assim que descemos, eu fiquei completamente arrepiado com a beleza do lugar. O azul do mar emoldurado pelas ilhas ao redor é simplesmente demais. Inclusive, esse foi o meu primeiro grande passeio em Malta, então me marcou demais =)
Por isso, aproveitei para tirar muitas fotos ali. 😍
Como estava bem friozinho, haviam pouquíssimas pessoas se arriscando a entrar na água (eu mesmo não tive essa coragem), o que deixou a paisagem mais bonita – durante o verão, a quantidade de turistas é tão grande que fica até difícil ver o mar hehe.
Já a faixa de areia é bem pequena – a praia em si é rochosa, com alguns trechos de areia, mas certamente é possível encontrar um local confortável para passar o dia em dias de menor movimento.
Depois, eu e meus companheiros de viagem seguimos caminhando pela ilha (há estradas demarcadas), onde cada lado que você olha parece formar uma nova e vibrante paisagem.
O terreno da ilha é rochoso, plano, com pouquíssimas árvores e as muitas flores silvestres e ervas que ocupam a terra exalam aromas super gostosos dependendo da época do ano.
Nessas andanças, vimos que além da Blue Lagoon, há outros pontos interessantes para serem visitados na ilha:
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Cominotto
Já citei várias vezes Cominotto aqui no post, justamente por ela emoldurar a maioria das fotos da Blue Lagoon, mas se você tiver interesse, você pode nadar até essa pequena ilha e subir as falésias para ter uma visão privilegiada de Comino.
Também é possível nadar até as cavernas (as mesmas que visitamos no início do passeio), mas cuidado com as águas-vivas e com as rochas, principalmente se o mar estiver agitado.
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Torre de Santa Maria
Um dos poucos edifícios em Comino e um dos mais antigos, a famosa Torre de Santa Maria (Santa Marija) data do século XVII, quando fazia parte de uma cadeia de torres defensivas maltesas que serviam de fortificação e sistema de alerta em caso de invasão.
Atualmente, a torre serve como um mirante e também como cenário de filmes. Pois é, algumas cenas de prisão do filme “O Conde de Monte Cristo”, de 2002, foram filmadas aqui.
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Baía de San Niklaw e Baía de Santa Marija
Essas duas baías ficam localizadas a cerca de 40 minutos a pé do ponto onde descemos, no norte de Comino e oferecem bonitas praias, que apesar de não terem a água tão azul igual a Blue Lagoon, são bem mais tranquilas.
Inclusive, é na Baía de Santa Marija que fica o único hotel em Comino, assim como um local para acampamentos muito popular entre os mochileiros.
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Dicas extras ao visitar a Blue Lagoon
1°) Proteção solar: óculos de sol, protetor solar, chapéu largo e um guarda-sol: estes são itens essenciais para os dias quentes de verão maltês, onde o sol pode ser perigoso. Mesmo uma camisa leve para cobrir os ombros pode ser necessária se você não estiver familiarizado com um clima tão quente.
2°) Lanches e bebidas: certifique-se de levar bastante água para beber e alguns lanches. Há a opção de comprar na própria ilha mas, como seria de esperar, os preços serão mais caros que o normal e há poucas opções. Existem alguns quiosques de praia onde você pode encontrar petiscos e bebidas e até seus famosos coquetéis de abacaxi, mas esses quiosques são mais comuns durante a alta temporada – no dia da minha visita, eu não vi nenhum pela praia.
3°) Tire muitas fotos: não perca a oportunidade de capturar a beleza desse lugar – você ficaria desapontado se perdesse a chance de tirar pelo menos algumas fotos suas com esse mar azul ao fundo.
4°) Sapatos resistentes: se você pretende se aventurar no interior da ilha, certifique-se de usar tênis confortáveis ou mesmo sapatos de caminhada, dependendo do clima e dos seus planos para o dia, já que a região é bem rochosa.
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Se localize:
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Onde se hospedagem em Malta
O país é movimentado pelo turismo e por isso não faltam opções de hospedagem, que vão de simples albergues a resorts estrelados.
As hospedagens mais baratas ficam em cidades não litorâneas, principalmente no centro da ilha. Porém, acredito que o melhor seja ficar próximo ao litoral, a fim de poupar tempo e dinheiro com locomoção.
Abaixo listo algumas opções bem avaliadas e bem localizadas em Malta para vocês:
– The Phoenicia Malta (5 estrelas): Localizado em Valletta, este hotel luxuoso oferece quartos elegantes com vistas deslumbrantes para o mar ou para os jardins. Possui uma piscina ao ar livre, spa, restaurante gourmet e um serviço diferenciado.
– Hotel Juliani (4 estrelas): Situado em St. Julian’s, este hotel boutique é conhecido por sua decoração moderna e ambiente sofisticado. Os quartos são elegantes e possuem varandas com vista para o mar. O hotel também conta com um restaurante à beira-mar e um lounge na cobertura.
– The Westin Dragonara Resort (5 estrelas): Localizado em St. Julian’s, este resort oferece quartos espaçosos e confortáveis, muitos com vista para o mar. O resort possui uma ampla variedade de instalações, incluindo piscinas, praia privativa, spa, cassino e vários restaurantes.
– InterContinental Malta (5 estrelas): Localizado em St. Julian’s, este hotel de luxo oferece quartos modernos e bem equipados, além de várias opções de restaurantes e bares. O resort possui várias piscinas, spa, academia e acesso direto a uma praia privativa.
– Palazzo Consiglia (4 estrelas): Situado em Valletta, este hotel boutique está alojado em um edifício histórico restaurado. Os quartos são elegantes e apresentam detalhes arquitetônicos encantadores. O hotel também possui um terraço com piscina, spa e um restaurante de alta qualidade.
– Two Pillows Boutique Hostel: Localizado em Sliema, este albergue boutique oferece quartos compartilhados e privativos a preços acessíveis. As acomodações são modernas e bem equipadas, e o albergue possui áreas comuns acolhedoras, como um lounge e uma cozinha compartilhada.
– Hostel Malti: Localizado em St. Julian’s, este albergue oferece quartos compartilhados e privativos a preços acessíveis. O ambiente é descontraído e acolhedor, e o albergue possui um terraço ao ar livre, uma cozinha compartilhada e um lounge social.
– QAWRA Palace Resort & SPA: Localizado em St. Paul’s Bay e com vista da Baía Salina, o hotel oferece piscina coberta e ao ar livre. A propriedade conta com campo de minigolfe e um salão de jogos com mesa de bilhar. Todas as unidades têm uma varanda privativa com vista da baía ou do pátio interno e campo de minigolfe.
– ibis Styles ST Pauls Bay Malta: Localizado em St. Paul’s Bay, oferece lounge compartilhado, terraço, restaurante e bar, além de piscina ao ar livre. Alguns quartos possuem varanda com vista da cidade.
Lembre-se de verificar a disponibilidade, preços e outras informações relevantes diretamente com as acomodações.
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Olá. Qual será a melhor zona para ficar hospedado em Malta.
Mdina, ou Rabat, o que diz .
Vejo tanta coisa que nem sei onde marcar a estadia.🙈
Vamos de Portugal, por 7 dias em Junho. 😊
Obrigada pelas dicas.
Oiee Silvia, como vai?
Olha, vai depender muito do que procura. Ficar hospedado em Mdina é uma experiência sensacional, mas há menos opções de hospedagens e os valores podem ser mais altos. Já Rabat traz uma experiência mais urbana (e barata).
Você também poderá buscar acomodações em St. Julian’s ou Sliema, duas cidades litorâneas que são facilmente acessadas a Rabat e Mdina e que tem inúmeras opções de hospedagem.
Estou indo na última quinzena de agosto e vou ficar em St. Julian’s e queria saber se ainda é alta temporada. A ilha é segura pra quem está indo sozinha?
Oiee Michelle, tudo bem com você?
O auge da alta temporada é entre junho e julho. Na segunda quinzena de agosto, você provavelmente ainda encontrará bastante turistas, mas é um bom período para viajar e aproveitar as boas temperaturas, já que a partir de setembro, o tempo já começa a mudar hehe.
Sobre a segurança, vá sem medo, pois as ilhas maltesas são extremamente seguras. Mas claro, lembre-se que pessoas mal-intencionadas existem em todo o lugar, então, sempre fique atenta e não dê bobeira. Assim, sua viagem será maravilhosa 🙂