O que ver e fazer em St. Julian’s, a cidade mais badalada de Malta

Queridinha pelos turistas e amantes da vida noturna, em St. Julian’s você ainda verá resquícios da antiga vila de pescadores maltesa que havia ali, contrastando com o clima vibrante e cosmopolita que a cidade ganha a cada dia.

Mas não se engane, nem só de bares e baladas vive St. Julian’s. Há muita coisa para se fazer aqui.

E eu falo isso com propriedade, já que passei 2 meses morando na região, durante o meu intercâmbio em terras maltesas: um mês morando em Swieqi, cidade vizinha que por ser bem pequena, acabava fazendo tudo em St. Julian’s; e um mês morando no coração de Paceville, em um hostel na área mais boêmia de Malta haha.

E olha, não me arrependo nem um pouco de ter escolhido St. Julian’s como base, pois a cidade tem de tudo que um viajante/intercambista precisa, inclusive, interligação de ônibus com toda a ilha, o que facilitava muito o meu dia a dia.

Mas claro, se você prefere um lugar mais tranquilo e que ofereça uma vibração completamente maltesa, St. Julian’s pode não te agradar tanto.

Pois bem, vamos conhecer mais da cidade?


  • BREVE HISTÓRIA DA CIDADE

St Julian’s é uma cidade relativamente jovem se comparada com o restante das cidades maltesas e que foi praticamente subdesenvolvida até 1800, quando ainda era uma vila de pescadores.

Primeiramente, a região começou a ser utilizada para a caça pelos Cavaleiros de São João, que também construíram a primeira capela local por volta de 1580. Porém, pouca coisa mudou nos séculos posteriores.

A construção do Palácio Spinola foi o start para St Julian’s começar a ser transformada em uma importante vila à beira-mar, com várias residências de prestígio.

Nas últimas décadas, principalmente a partir de 1960, St. Julian’s sofreu um boom imobiliário enorme, além de ter ganhado muito fama entre turistas. Já seu nome é uma homenagem a St. Julian, o santo padroeiro da caça.

Parte moderna de St. Julian’s

  • COMO CHEGAR EM ST. JULIAN’S

Se você não está de carro ou não vai utilizar táxi, a melhor maneira de chegar a cidade é através da rede de ônibus públicos.

– De/para o Aeroporto  Internacional de Malta: Use o ônibus TD2 que vai direto para a cidade (26 min) ou use os ônibus X1 ou X2 (que podem levar cerca de 1 hora, devido as paradas no trajeto). Alternativamente, você pode optar por obter um transfer: táxi privado custa cerca de €20 e um autocarro partilhado cerca de €14 para 2 adultos.
– De/para Valletta , utilize as linhas 13, 14, 15, 16 (de 30 a 45 minutos min) e a linha N12 à noite.
– De/para Mdina/Rabat/Ta’ Qali Crafts Village, use o ônibus 202 (60 min)
– De/para Bugibba/Qawra, use as linhas 222, 212 e 225 (de 30 a 50 min)
– De/para Ċirkewwa (para pegar a balsa de Gozo) use a linha 222 (1 hora e 15 min)


  • ONDE SE HOSPEDAR

St. Julian’s oferece uma das melhores redes hoteleiras do país, principalmente quando falamos em hospedagens de alto padrão, com hotéis 5 estrelas e resorts a beira mar. De qualquer forma, também é possível encontrar acomodações mais em conta, principalmente na região de Paceville.

-O Hilton Malta é um clássico da ilha. Luxuoso hotel de 5 estrelas com vistas panorâmicas sobre o Mar Mediterrâneo e uma decoração moderna. No local encontrará um spa com piscina interior, 4 piscinas exteriores sazonais e 2 piscinas infantis.

Hugo’s Boutique Hotel – Adults Only pertence a uma famosa rede maltesa (a Hugo’s) e tem uma piscina no alto com vista panorâmica para a St. George’s Bay.

– O InterContinental tem piscinas internas e externas, quadras esportivas e decoração moderna.

Eu deixo mais opções de acomodações em St. Julian’s aqui.


  • VIDA NOTURNA E BOATES

Não há como negar. Se você está procurando uma vida noturna agitada, St. Julian’s é o local certo para você ficar em Malta. Além da grande oferta de restaurantes e lanchonetes, a cidade abriga um bairro (mais especificamente uma praça) repleto de bares e baladas: Paceville.

Paceville tem um público misto e casas com vários estilos de música, do R&B ao Hip-hop e do Pop ao Rock – aliás, a música brasileira, em especial o funk e o sertanejo são bem populares nessas casas hehe.

O mais legal é que a maioria dos lugares tem entrada gratuita, o que torna Paceville ideal para simplesmente pular de um bar/clube para outro e as bebidas, no geral, são bem em conta. A maioria deles ficam ficam ao redor da praça e na escadaria que dá acesso a ela.


  • RESTAURANTES E BARES EM ST. JULIAN’S

Em St. Julian’s, há bares e restaurantes espalhados por toda parte, em cada rua e em cada esquina. Inclusive, acredito que seja a cidade maltesa com a maior oferta desses estabelecimentos. Entre eles, eu indico:

– Nordic Bar (St. Rita Street) oferece coquetéis à beira-mar enquanto DJs residentes fazem o ambiente ficar mais animado. Sexta-feira é o dia mais popular aqui.

– Drayton Pub (Triq Elija Zammit) é um típico pub inglês e um dos favoritos entre os habitantes locais.

– Cork’s Irish Pub Malta (Triq San Gorg)é popular pela cerveja ali servida e pelo karaokê.

– Bar Native (Main Staircase – Paceville) é um bar agradável que serve ótimos coquetéis e bebidas a preços razoáveis ​​que você pode desfrutar do terraço externo com vista para a escadaria de Paceville. Esse era o meu bar favorito na cidade.

– O Gululu (Spinola Bay) tem uma vista incrível, de frente para o mar e oferece uma casa com dois andares, ambientes espaçosos e confortáveis. Já o cardápio é voltado para a culinária maltesa, com destaque para a Ftira – pizza maltesa feita com massa assada na hora.

– Outro típico restaurante maltês, o Maltese Mama (Paceville Avenue) ganha destaque pelos seus risotos, como o bem temperado risoto de camarões – os preços variam entre €12 e 14.

Eu conto mais sobre a minha experiência nesses restaurantes típicos malteses aqui.


  • O QUE VISITAR

PRAIAS, BAÍAS E MARINAS
  • St. George’s Bay

St. Julian’s não é o melhor lugar em Malta para curtir um banho de mar, mas a Baía de São Jorge é a opção mais popular da cidade, com uma pequena faixa de areia que costuma ficar lotada até tarde da noite durante o verão. A areia é bem escura e meio grossa, mas a bonita vista da região agrada.

  • Marina de Portomaso

Para mim, o lugar mais luxuoso e ostentação de Malta hehe. A Marina de Portomaso foi inaugurada em 1999 como um complexo multiuso com marina, residenciais de luxo (com a apartamentos com piscinas e terraços panorâmicos), centro empresarial, restaurantes, spa e hotéis, incluindo o Hilton Malta, hotel 5 estrelas.

Mesmo se você não for frequentar um dos estabelecimentos do Portomaso (até porque são bem caros haha), caminhe pela marina e curta a vista.

  • Spinola Bay

Uma dos lugares mais charmosos da ilha, a Spinola Bay é usado principalmente para ancorar barcos de pesca, por isso, banhos de mar aqui não são recomendados. Mesmo assim, é em torno dessa pequena baía que se localizam boa parte dos bares e restaurantes da cidade, incluindo um McDonald’s.

Mas claro, o ponto alto da Spinola Bay é o seu famoso letreiro LOVE.

  • Baía de Balluta

A Baía de Balluta, que faz fronteira com Sliema, tem uma pequena praia de areia artificial, que fica completamente submersa durante a maré alta.

A área ao redor é muito bonito, principalmente pela grande igreja gótica que se localiza em frente – esse era um dos meus lugares preferidos para passear durante o meu intercâmbio.

ARQUITETURA
  • Portomaso Business Tower

O Portomaso Business Tower é o edifício mais alto de Malta, sendo visto de vários pontos da ilha. Foi inaugurado em 2001, tem uma altura de 97,54 m e 23 andares de escritórios comerciais mistos.

Além disso, também funcionam na torre uma balada e um cassino.

  • Palácio Spinola

O Palácio Spinola foi construído em 1688 por Paolo Raffaele Spinola, cavaleiro da Ordem de São João e Grão Prior da Lombardia, tendo sido ocupado pelas tropas francesas em 1798.

O palácio também foi usado como hospital militar entre 1860 e o início do século XX e era conhecido como Hospital Forrest. Atualmente, o palácio não está aberto ao público, mas sua arquitetura pode ser admirada do portão em frente aos jardins.

  • Igreja da Imaculada Conceição

A capela também foi construída por Paolo Rafel Spinola para ser a do igreja do Palácio Spinola, tendo sido primeiramente inaugurada em 1687 e ampliada no início do século XX. Uma nova fachada foi adicionada à capela em 1914. Atualmente, com as alterações urbanas da cidade, a capela não está mais anexada ao terreno do palácio.

  • Edifícios Balluta

O Balluta Buildings é um conjunto de apartamentos Art Nouveau com vista para a Balluta Bay e construídos em 1928 para o Marquês John Scicluna. Imponente, o edifício é considerado um dos melhores (e um dos dos poucos poucos que sobreviveram) exemplos da arquitetura Art Nouveau em Malta.

Luxuosos, com pé direito alto e colunas,o seu interior é decorado com azulejos tradicionais malteses. No térreo, há lojas e restaurantes.

  • Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Monte Carmelo

Popularmente conhecida como Igreja Paroquial de Balluta, a igreja carmelita original era uma pequena capela neogótica que foi construída em 1859 por Giuseppe Bonavia. Depois, foi reconstruída em 1877.

É uma das igrejas mais fotografadas de Malta, justamente por se localizar em um ponto estratégico de locomoção de turistas.

PRAÇAS E PASSEIOS
  • Spinola Garden

Aberto ao público em 2019, essa praça são os jardins do Palácio Spinola e nela há fontes, bancos para descanso e bastante vegetação – é um dos poucos espaços verdes da cidade.

  • Calçadão

Um dos passeios mais legais para se fazer na região é caminhar pelo calçadão a beira mar que liga St. Julian’s  a Sliema, na região da Balluta Bay – principalmente em um dia de sol *_*.

  • Praça Balluta

Essa charmosa praça em frente a baía de mesmo nome tem bancos de descanso e um lindo chafariz no centro.


  • COMPRAS

St. Julian’s é um dos principais centros comerciais de Malta e boa parte das lojas e malls ficam localizados na região da Triq Santu Wistin e também na região de Paceville.

Na Triq Santu Wistin por exemplo, além de uma boa oferta de hotéis, há também o Casino Malta e o Bay Street Mall, popular shopping que abriga lojas mais sofisticadas e o Har Rock Café de Malta.

Mas se você procura lojas mais populares, como aquelas que vendem de tudo (inclusive, muitas lembrancinhas do país), as região de Paceville é a melhor.

Uffa, bastante coisa para ver e fazer na cidade, hein?! Diga aqui nos comentários o que você mais e tem vontade de conhecer em St. Julian’s =)


  • Se localize


  • Quando ir à Malta? 

Por ser uma ilha mediterrânea, Malta é conhecida por seu clima ameno, bem típico da região, com temperaturas variando entre 8 e 16 graus no inverno e de 25 a 30 no verão, que vai de junho a agosto.

Durante o verão, que é a alta temporada, a temperatura em Malta pode facilmente chegar aos 40 graus e a probabilidade de chuva é quase nula. Porém, por ser período de férias, o arquipélago fica lotado de turistas, o que também encarece a viagem – o país que tem pouco mais de 400 mil habitantes chega a ter quase 2 milhões durante esse período.

A minha estadia em Malta foi entre fevereiro e março. Como era finalzinho de outono e início de primavera, peguei muitos dias instáveis, com grande variação de temperatura – amanhecia chovendo, esfriava, saia o sol, esquentava, voltava a chover, etc. Isso sem falar nos ventos gelados e fortes de alguns dias e que me destruiu dois guarda chuvas em uma semana – sim, o vento na ilha é surreal.

Mesmo assim, a maioria dos dias nesses dois meses foi de sol e temperaturas em torno de 12 graus – só consegui aproveitar o calor e praia tão típicos da ilha em minha última semana, no final de março.

Com isso, acredito que os melhores meses para visitar Malta sejam entre o final de abril e começo de junho, onde as temperaturas estão altas (mas nem tanto) e o número de turistas é menor.

Valletta vista de Sliema durante o pôr do sol

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