Menor cidade-estado do mundo, com uma área de aproximadamente 44 hectares e cerca de mil moradores, a Cidade do Vaticano é, em compensação, enorme quando se trata de história, influência e arte, sendo um importante centro religioso, cultural e turístico que atrai milhões de visitantes todos os anos.
Bora conhecer mais desse lugar fascinante?! 🥰
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Breve história
Realmente, aqui farei apenas um resumo da história da Cidade do Vaticano, pois ela é muito rica e remonta a séculos atrás.
Durante o período romano, o imperador Calígula construiu um circo no local onde a Basílica de São Pedro está hoje. Durante os primeiros séculos do cristianismo, o local foi associado a São Pedro, um dos apóstolos de Jesus Cristo, e tornou-se um importante local de peregrinação.
Inclusive, segundo a tradição, São Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, foi enterrado onde se ergueu a basílica.
Já no século VIII, a área se tornou propriedade dos Papas e começou a se desenvolver como um estado independente conhecido como Estados Pontifícios. Durante a Idade Média e a Renascença, os Papas exerciam poder temporal e governavam uma vasta área que incluía parte da Itália central.
No século XIX, com a unificação da Itália, os Estados Pontifícios foram gradualmente reduzidos e os Papas perderam a maior parte de seu território.
Em 1929, o Tratado de Latrão foi assinado entre o Papa Pio XI e o líder italiano Benito Mussolini. Esse tratado estabeleceu a independência da Cidade do Vaticano como um estado soberano, reconhecido internacionalmente.
Após a assinatura do Tratado de Latrão, a Cidade do Vaticano passou por um processo de reconstrução e expansão significativo.
Ainda hoje o Vaticano é governado pelo Papa, que exerce autoridade espiritual como líder da Igreja Católica e autoridade temporal como chefe de Estado da Cidade do Vaticano.
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De onde vem o nome Vaticano?
Acredita-se que o nome “Vaticano” seja derivado de uma colina em Roma conhecida como “Mons Vaticanus” ou “Colina Vaticana”.
A Colina Vaticana é uma das muitas colinas de Roma e está localizada na margem oeste do rio Tibre, próxima ao rio. Na época romana, essa área era conhecida como “Ager Vaticanus”, que se referia à região agrícola e de pastoreio ao redor da colina.
A origem precisa do nome “Vaticano” é incerta, mas existem algumas teorias. Uma delas sugere que o nome pode ter vindo da palavra latina “vaticinari”, que significa “predizer” ou “adivinhar”. Isso se deve à crença de que, na antiguidade, a Colina Vaticana era um local onde ocorriam práticas divinas e rituais religiosos.
Outra teoria é que o nome “Vaticano” pode ter se originado de uma palavra etrusca que significava “local de descida”, fazendo referência a uma área onde os espíritos desciam para se comunicar com os humanos.
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Melhor época para visitar
A melhor época para visitar o Vaticano depende de suas preferências pessoais e das condições específicas de viagem, mas é sempre bom considerar alguns pontos:
– Época de baixa temporada: Se você deseja evitar multidões e longas filas, considere visitar o Vaticano durante a baixa temporada, quando há menos turistas. Os meses de novembro a março geralmente têm menos visitantes, quando é o inverno europeu – em compensação, escurece cedo e as temperaturas podem ser bem baixas.
– Clima: O clima em Roma, onde o Vaticano está localizado, é ameno durante a primavera (abril a junho) e o outono (setembro a outubro), com temperaturas agradáveis e menos chuva. Essas estações podem ser uma escolha agradável para visitar o Vaticano, pois você também poderá aproveitar melhor as áreas externas.
– Eventos especiais: Verifique se há eventos especiais ocorrendo no Vaticano durante o período de sua visita. Por exemplo, se você estiver interessado em participar da Audiência Papal, verifique o calendário para saber os dias e horários disponíveis.
– Alta temporada: A alta temporada em Roma ocorre durante os meses de verão (julho e agosto) e os feriados, quando muitos turistas visitam Roma e, consequentemente, o Vaticano. Esses períodos podem ser mais movimentados e há maior probabilidade de enfrentar filas e multidões.
É importante observar que o Vaticano é um destino popular durante todo o ano, e mesmo na baixa temporada, pode haver um número significativo de visitantes. Recomenda-se verificar o horário de funcionamento e as restrições atuais devido a eventos especiais ou situações excepcionais, como pandemias ou reformas.
Mais uma dica importante: independentemente da época escolhida, é aconselhável comprar ingressos com antecedência, fazer reservas quando possível e chegar cedo para maximizar sua experiência e evitar grandes multidões.
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Como chegar ao Vaticano
O Vaticano está localizado no meio da cidade de Roma, sendo assim, você precisará passar pela capital italiana de qualquer maneira. Estando em Roma, opte por transporte público para chegar até o Vaticano, pois de carro pode ser difícil estacionar e você poderá gastar muito mais tempo no transito intenso da cidade:
De metrô: utilize a Linha A e desça na estação Ottaviano S. Pietro, localizada a 5 minutos a pé da Basílica de São Pedro.
De ônibus: pegue os ônibus 40 ou 64 que partem da estação Roma Termini e peça para descer na parada da Piazza di San Pietro.
De trem: Desça na estação de trem do Vaticano: St. Pietro. Daqui, a Praça de São Pedro fica a 10 minutos a pé.
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Atrações no Vaticano
Apesar de pequena, há muitas coisas para ver e fazer na Cidade do Vaticano, mas por elas se localizarem muito próximas uma das outras, um dia é mais que suficiente para conhecer tudo.
Mas claro, se você tiver mais dias disponíveis, deixe um apenas para visitar os Museus Vaticanos e outro para a Basílica. Assim, você consegue aproveitar com mais calma e apreciar todos os detalhes.
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Explore os Museus Vaticanos
É aconselhável que você comece o seu dia nos Museus Vaticanos, fundados em 1506, pois eles são enormes e com o passar das horas vai ficando cada vez mais cheio.
Fazem parte do complexo o Museu Pio-Clementino, Museu Chiaramonti, Museu Gregoriano Etrusco, Museu Gregoriano Egípcio, Museu Missionário-Etnológico, Museu Gregoriano Profano e Museu Pio-Cristão, a Coleção de Arte Religiosa Moderna e Contemporânea e a Pinacoteca Vaticana.
Ainda fazem parte do conjunto as salas de Rafael, a Galeria dos Candelabros, a Galeria dos Mapas e a famosa Capela Sistina, entre outros espaços que abrigam uma das mais ricas coleções de arte do mundo.
Eu fiquei cerca de 4 horas nos Museus Vaticanos e o ingresso foi comprado antecipadamente, justamente para facilitar a entrada (20 euros).
Eu conto tudo sobre como foi a minha experiência nos Museus Vaticanos aqui.
Horário: segunda a quinta das 9h às 18h, sexta a sábado das 9h às 22h30. Fechado todos os domingos , exceto último domingo do mês, das 9h às 14h.
Localização: 00120 Cidade do Vaticano.
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Admire a Capela Sistina
Como citei anteriormente, a Capela Sistina é um dos principais pontos de visitação (se não for o maior) dos Museus Vaticanos e merece uma atenção especial. A capela data de 1483, quando foi oficialmente consagrada pelo papa Sisto IV, embora o edifício não tenha sido totalmente concluído até 1508.
Ao visitar esta capela, no teto do lado leste da capela, você verá o Juízo Final de Michelangelo, o famoso afresco que representa a segunda vinda de Cristo. Infelizmente, não é permitido tirar fotos no local – os seguranças ficam em cima para evitar isso haha.
Horário: segunda a quinta das 9h às 18h, sexta a sábado das 9h às 22h30.
Último domingo do mês, das 9h às 14h.
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Passeie pela Praça de São Pedro
Saindo do museu, siga em direção à Praça de São Pedro, projetada por Bernini no século XVII em estilo clássico. Cercada por grandiosas colunas com 140 estátuas, a praça tem duas fontes e um obelisco egípcio ao centro, onde estão os pedaços originais da cruz de Jesus Cristo.
Tem 320 metros de comprimento e 240 metros de largura, tornando-se grande o suficiente para acomodar mais de 300.000 pessoas para liturgias, missas e eventos mais significativos.
Horário: Aberto 24 horas.
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Visite a Basílica de São Pedro
E o que dizer de São Pedro? Maior e mais importante espaço religioso da Igreja Católica Romana, a Basílica de São Pedro impressiona pelo seu tamanho: são 23.000 m² ou 2,3 hectares, capacidade para abrigar mais de 60 mil pessoas e uma gigantesca cúpula que domina o horizonte de Roma.
A basílica começou a ser construída em 1506 no lugar de uma antiga igreja idealizada pelo Imperador Constantino, e foi concluída em 1626, a partir de um projeto de Donato Bramante. Já seu nome se deve porque sob o altar principal está enterrado o apóstolo São Pedro.
Uma das maiores obras arquitetônicas da história, a basílica recebeu a contribuição de grandes artistas como Michelangelo, Rafael e Bernini, além de ser um dos monumentos mais visitados do mundo.
Apesar de não ser a sede oficial do Papado, essa basílica é a que mais recebe visitas e cerimonias papais, como a famosa missa de domingo.
Horário: A basílica abre às 7h e fecha às 19h no verão e às 18h30 no inverno.
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Confira a Pietà de Michelangelo
Logo após entrar na Basílica de São Pedro, você pode ver a Pietà à sua esquerda, uma das estátuas religiosas mais icônicas de todos os tempos.
A Pietà é a única obra de Michelangelo com sua assinatura e mostra Maria carregando Jesus no colo depois que ele foi crucificado – “Pietà” significa piedade ou compaixão.
Feita em mármore em 1499, a Pietà mede cerca de 5,70m de altura e 6,40m de largura.
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Explore as Grutas do Vaticano
Nos subsolos da basílica estão numerosos túmulos de antigos papas com outras personalidades notáveis da igreja, mas o grande destaque é o Túmulo de São Pedro.
Não é permitido tirar fotos e é indicado permanecer em silêncio, como forma de respeito.
Horário: aberto das 7h às 19h, de abril a setembro e das 7h às 18h, de outubro a março.
Dica: Visite a Basílica de São Pedro antes de seguir para as Grutas para evitar ficar na fila duas vezes.
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Tesouro de São Pedro
O Tesouro de São Pedro, também conhecido como Tesouro Papal, é uma coleção de objetos de valor histórico e religioso mantidos no interior da basílica. Esses objetos incluem relíquias sagradas, arte sacra, pinturas, esculturas, jóias e outros itens preciosos.
É importante mencionar que nem todos os itens do Tesouro de São Pedro estão expostos ao público. Alguns são mantidos em armários e só são exibidos em ocasiões especiais ou durante cerimônias religiosas.
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Altar papal
O Altar Papal é o altar principal onde o Papa celebra as principais liturgias e missas solenes. É um local de grande importância para a Igreja Católica e está situado diretamente sobre o túmulo de São Pedro, considerado o primeiro Papa.
O altar é ricamente decorado com esculturas, relevos e detalhes arquitetônicos, sendo cercado por um baldaquino, que é uma estrutura em bronze dourado projetada por Gian Lorenzo Bernini no século XVII.
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Suba a Cúpula da Basílica de São Pedro
Projetada por Michelangelo, a cúpula é espetacular por dentro e por fora. Recomendo fazer uma visita guiada ao Domo, para que você possa aprender tudo sobre sua história e design.
Durante a subida, você pode apreciar as vistas do interior da basílica, ver os mosaicos de perto, explorar o telhado e desfrutar de vistas espetaculares da cidade.
Horário: 7h30 às 17h.
Ingresso: Paga-se 8 euros.
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Assistir a uma missa e ver o Papa
Todas as quartas e domingos da semana, você terá a chance de ver o Papa pessoalmente na Cidade do Vaticano.
Se você estiver no Vaticano no último domingo do mês para aproveitar as entradas gratuitas nos Museus do Vaticano, considere a quarta-feira como o seu dia para ver o papa.
Para os católicos praticantes, assistir pessoalmente a uma missa do Papa é uma obrigação e uma das melhores coisas gratuitas para se fazer aqui.
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Ver a Basílica a noite
Ver o Vaticano de dia definitivamente vale a pena, mas conferir a Basílica de São Pedro a noite é algo que você não deve perder, já que a paisagem muda completamente e impressiona pelo jogo de cores.
Se você vier durante o verão, há shows gratuitos à noite.
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Se localize
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Onde se hospedar em Roma
Com uma cidade tão grande e com tantas atrações espalhadas por toda parte, descobrir onde ficar em Roma pode ser bastante difícil. Naturalmente, como principal destino turístico, a cidade tem milhares de diferentes opções de acomodação disponíveis, que cobrem todos os orçamentos e estilos de viagem.
E mesmo com a rede de transporte público da cidade, você não quer gastar todo o seu tempo em ônibus e metrô, portanto, ficar em algum lugar central ajuda. Cito aqui alguns bairros interessantes para se hospedar:
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Centro Histórico
O centro histórico da cidade é dividida em bairros menores, mas vamos tratá-la como uma única área para simplificar. Aqui você está cercado pelo melhor de Roma e é, obviamente, a área mais cara para turistas.
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Cidade do Vaticano e Prati
Existem várias opções de acomodação acessível perto do Vaticano, uma vez que está localizado um pouco fora do centro. Também tende a ser menos turístico e mais residencial.
O vizinho Prati é conhecido como o bairro do “colarinho branco” de Roma, então há muitos apartamentos residenciais e lojas de luxo. Ele tem um “toque europeu moderno”, por isso não é um lugar super popular para turistas (o que significa uma vibração mais descontraída).
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Testaccio
Localizado na parte sul de Roma, o bairro Testaccio é um excelente lugar para se sentir como um local. A área é conhecida por ter a melhor comida de Roma e preços razoáveis, pois fica bem fora da zona turística. Há também uma grande vibração juvenil aqui pela qual você se apaixonará. Em compensação, fica um pouco afastado do centro.
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Trastevere
Se você procura um lugar mais local sem precisar viajar muito para fora do centro de Roma, sugiro ficar no bairro de Trastevere. Este enclave boêmio da moda é repleto de charme, excelentes restaurantes, bares e uma animada vida noturna.
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Termini
Eu fiquei hospedado em um hostel próximo à estação ferroviária Termini e amei – facilita o check-in e o check-out, é muito bem conectado ao transporte público e há muitas opções de hospedagem barata.
Porém, a região não é uma das mais seguras, por isso, atenção redobrada com seus pertences ao andar pelas ruas durante a noite.
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Bairro Judeu
Embora bastante pequeno, o Bairro Judeu é um adorável bairro localizado centralmente, repleto de excelentes restaurantes tradicionais.
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Monti
Perto do Coliseu, você encontrará o bairro de Monti. Este costumava ser o distrito da luz vermelha de Roma, mas hoje em dia é uma área muito moderna que ainda parece autêntica. O bairro tem uma vibração jovem e opções sólidas de vida noturna.
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