Um dos maiores artistas de nossa história, Candido Portinari nasceu e cresceu em Brodowski, no interior paulista, e seu legado artístico continua vivo até os dias de hoje, com suas obras sendo amplamente reconhecidas e apreciadas tanto no Brasil quanto no exterior.
E a casa onde ele viveu os primeiros anos de sua vida atualmente é o Museu Casa de Portinari, que abriga uma coleção significativa de obras do artista, incluindo pinturas, esculturas, gravuras e desenhos, assim como objetos pessoais do artista, móveis e fotografias que retratam a vida familiar e a influência de Brodowski em sua obra.
E visitá-lo é uma oportunidade única de explorar a história de Portinari e conhecer mais sobre sua vida e sua contribuição para a arte brasileira.
O local também realiza exposições temporárias, atividades educativas e eventos culturais para envolver o público e promover o acesso à arte e a história.
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Mas quem foi Portinari?
Candido Torquato Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, na pequena cidade de Brodowski, em uma família de imigrantes italianos, sendo muito influenciado pelas condições de trabalho dos trabalhadores rurais e pela vida no interior do Brasil.
Desde jovem, ele demonstrou talento para a arte e começou a desenhar e pintar logo cedo.
Em 1928, Portinari teve a oportunidade de estudar na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, que lhe proporcionou contato com diferentes estilos e técnicas artísticas. Com o passar dos anos, Portinari desenvolveu um estilo próprio, caracterizado por uma abordagem realista e socialmente engajada.
Inclusive, as obras de Portinari retratam uma variedade de temas, incluindo questões sociais, políticas e o cotidiano do povo brasileiro, sendo marcadas pela representação detalhada, cores vibrantes e um senso de humanidade e compaixão.
Ele também foi responsável por importantes murais, como o painel “Guerra e Paz”, que está localizado no prédio da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York.
Além de sua produção artística, Portinari também foi um ativista social e defensor dos direitos dos artistas. Ele lutou por melhores condições de trabalho e melhores oportunidades para os artistas brasileiros.

E ao longo de sua carreira, Portinari realizou várias exposições pelo mundo, recebendo reconhecimento das mais importantes instituições culturais e de artes, além de inúmeros prêmios. Justamente por isso, Portinari é considerado o artista brasileiro que mais foi reconhecido no exterior ainda em vida.
Candido Portinari faleceu em 6 de fevereiro de 1962, aos 58 anos de idade, devido a uma intoxicação causada pelos materiais que utilizava em suas pinturas.
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História do museu
Após a morte de Candido Portinari, começaram as movimentações da família do artista, do município e do Estado para que a casa em que ele viveu até sua adolescência em Brodowski se transformasse em um espaço cutural e de memória.
Em 9 de dezembro de 1968, a casa em estilo colonial foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Já em 1969, o espaço foi desapropriado e adquirido pelo Governo do Estado de São Paulo para que em 22 de janeiro de 1970, fosse tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Finalmente em 14 de março de 1970, o Museu Casa de Portinari foi aberto ao público com o objetivo de preservar a memória e o legado do artista, bem como divulgar sua obra e promover a arte brasileira.

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Como é a visita
Visitei Brodowski em um sábado a tarde com o Dani e minha mãe, meus companheiros de viagem, e o Museu Casa de Portinari em si estava bem tranquilo. Localizado no centro da cidade, estacionamos o carro na praça ao lado e seguimos para o museu – há muitas placas indicativas, então você não irá se perder.

Seguimos para a entrada a principal e assim que entramos, somos orientados por um dos guias do museu, que nos dá um adesivo de visitante e algumas orientações básicas para a visitação. Nessa primeira sala, fica o guarda-volume, caso precise guardar algum item.
Seguindo para a próxima sala, já nos deparamos com as primeiras obras de Portinari, que foram pintadas na parede, como uma forma de testar novas técnicas e aproveitar o espaço. Essas obras são: “Santo Antonio pregando aos peixes”, de 1940, e “Cabeça”, de 1942.

Saindo dessa sala, chegamos aos fundos da casa, onde ficam os belíssimos jardins, que são bem cuidados e com uma grande variedade de árvores e flores.
Bem ao fundo havia uma feira de artesanato com vários produtos interessantes de artistas locais.
Depois de caminhar pelos jardins (e tirar muitas fotos), seguimos para a Capela da Nonna, construída por Portinari em 1939 para que sua avó paterna Pelegrina pudesse fazer suas orações, já que problemas de saúde dificultavam sua locomoção até a Igreja Matriz.
No início de 1941, Portinari fez murais a têmpera na capela, técnica essa que é uma pintura a seco com pigmentos, água e cola. Nesses murais, ele usou familiares e amigos como modelos para representar os santos favoritos da avó e que estão ali representados.
Missas chegaram a ser celebradas nessa capela.

As imagens da capela são:
1 – São João Batista;
2 – A visitação;
3 – Jesus;
4 – Vaso Rosa;
5 – Santa Luzia;
6 – São Pedro;
7 – Vaso Azul;
8 – São Francisco de Assis;
9 – A Sagrada Família;
10 – Santo Antonio de Pádua.
Saindo da capela, na sala ao lado há um espaço para atividades educativas:
À esquerda, fica o prédio principal do complexo e onde eram os cômodos principais da casa.
Já na primeira sala, vemos uma exposição que conta o histórico do museu, desde sua fundação e seus objetivos em prol da memória e das artes.
Também há uma bonita obra na parte superior: “São Jorge e o dragão”, de 1943. Já as duas portas da foto abaixo dão acesso à exposições de gravuras do artista.
Sala com gravuras:
Sala com exposição que explica a técnica usada por Portinari para as pinturas nas paredes do casarão:
Depois seguimos para a sala de jantar, que abriga a mobília original da casa e várias pinturas:


Nessa sala, me chamou a atenção essa grande fotografia da família Portinari (nela, ainda faltam 3 dos 13 filhos da família Portinari). Há um vídeo explicativo bem legal sobre a família, basta você pedir para que o monitor da sala inicie a reprodução.
Bem ao lado fica a cozinha, que guarda todos os objetos originais:
Depois, seguimos para o corredor dos quartos, onde os cômodos passaram a abrigar várias exposições.
A primeira delas é a Galeria Multimídia, que abriga uma linha do tempo da vida de Portinari em formato de fotografia, vídeo e jogos educativos. É nesta sala que fica o traje smoking usado por Portinari em uma premiação em Nova York.
Já em outra sala, painéis recriam as obras do artista em 3D:
O maior dos cômodos desse corredor abriga o antigo ateliê de Portinari. Aqui, podemos ver os objetos que o artista utilizava para realizar suas obras.
Duas pinturas se destacam na sala: “Fuga para o Egito”, de 1936 e “São João Batista”, sem data.


Depois seguimos para os quartos, que além de abrigar a mobília original, tem várias vestimentas de época que ajudam a contar um pouco do modo de vida dos imigrantes italianos na época.
E junto aos quartos, conferimos os antigos banheiros da casa, sendo que um deles é enooorme (maior que o meu quarto haha).
E por fim, para encerrar o tour, dei uma conferida na lojinha do museu, que é grande e tem várias opções bacanas de souvenirs ligados a arte. Como sou o louco dos imãs, já comprei 3 diferentes haha – os preços variam de acordo com o modelo.
E assim chegava ao fim a minha visita ao Museu Casa de Portinari. 😉
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E no final, valeu a pena?
Sem dúvidas! Visitar esse museu era um desejo antigo e me senti super realizado ao final do tour. Além da grande coleção de pinturas e objetos pessoais, me surpreendeu a estrutura e a preservação do museu. Isso sem falar na simpatia e cordialidade dos monitores. Com certeza, esse é um passeio que você deve fazer caso esteja pela região.
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Informações importantes
Endereço: Praça Candido Portinari, 298 – Centro, Brodowski – SP. CEP: 14340-000.
❗ENTRADA GRATUITA❗
Horário:
Segunda-feira: fechado
Domingo, terça, quinta, sexta e sábado: 09h às 18h
Quarta-feira 09:00–20:00
Contatos:
Telefone: (16) 3664-4284
Site oficial
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Melhor época para visitar
Brodowski pode ser visitada em qualquer época do ano, mas claro, dependendo da estação, podem haver variações na temperatura e clima:
- Verão (dezembro a março): época mais quente e úmida, ideal para quem gosta de calor, apesar das chuvas típicas no final do dia.
- Outono (março a junho): época agradável, com temperaturas amenas e clima mais seco, ideal para atividades ao ar livre.
- Inverno (junho a setembro): época mais seca, com temperaturas mais amenas, ideal para quem gosta de clima mais fresco e de atividades culturais.
- Primavera (setembro a dezembro): época de transição, com florescimento das árvores e plantas, ideal para quem gosta de natureza e flores.
De qualquer forma, independente da época do ano, tenho certeza que sua estadia por Brodowski será incrível. 🥰
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Onde se hospedar
Brodowski é uma cidade pequena e são poucas as opções de hospedagem. Por isso, muitos visitantes acabam escolhendo ficar em cidades da região, em especial Ribeirão Preto, que fica a apenas 26 minutos e tem grande rede hoteleira:
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Hotéis de luxo:
Araucária Plaza Hotel: O hotel conta com piscina ao ar livre, bar e espreguiçadeiras a 10 minutos de carro do Centro e do Ribeirão Shopping. Tem avaliação 8.9 no Booking.
Hotel Mont Blanc Premium: hotel 5 estrelas tem estrutura moderna e um restaurante à la carte, business center e instalações para reuniões. Tem avaliação 8.8 no Booking.
Wyndham Garden Ribeirão Preto Convention: O hotel oferece piscina ao ar livre, spa e restaurante no local. O business center e as instalações para reuniões podem acomodar até 630 pessoas. Tem avaliação 8.5 no Booking.
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Hotéis econômicos:
Ibis Styles Ribeirão Preto: Com Wi-Fi gratuito e buffet de café da manhã, o Ibis Styles Ribeirão Preto Maurílio Biagi fica a apenas 10 minutos de carro do centro de Ribeirão Preto. O Novo Shopping está a apenas 20 minutos a pé. Tem avaliação 8.3 no Booking.
Oasis Plaza Hotel: A frente deste hotel contemporâneo apresenta uma fonte elegante e um lobby espaçoso com painéis de vidro. Tem avaliação 7.8 no Booking.
Garden Hotel: oferece acomodações com restaurante, academia e lounge compartilhado. Com um jardim, o hotel 3 estrelas dispõe de quartos com ar-condicionado e banheiro privativo. Tem avaliação 8.7 no Booking.
Hotel Nacional Inn Ribeirão Preto: Situado no centro de Ribeirão Preto, este hotel dispõe de acomodações 4 estrelas e uma piscina ao ar livre no terraço, onde você pode contemplar a vista panorâmica para a cidade. Tem avaliação 7.7 no Booking.
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