Instituto Ricardo Brennand: tudo o que você precisa saber para visitá-lo

Esqueça São Paulo ou Rio de Janeiro. Você sabia que o melhor museu do Brasil, segundo uma pesquisa feita pelo site TripAdvisor, fica localizado em Recife? Pois é, eu também não sabia, mas depois de ler a matéria, fiz questão de colocá-lo em meu roteiro.

Estou falando do Instituto Ricardo Brennand, instituição sem fins lucrativos que impressiona todos os seus visitantes pela sua grandiosidade, ousadia e rico acervo.

O complexo cultural de mais de 18.000 hectares é formado por um conjunto arquitetônico que imita castelos europeus e tem em seu acervo objetos histórico-artísticos de diferentes épocas, a maior coleção mundial do pintor holandês Frans Post e um os maiores acervos de armas brancas do mundo, com mais de 3 mil itens.

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• História

O Instituto Ricardo Brennand, identificado com a sigla IRB, foi fundado em 12 de setembro de 2002 pelo colecionador e empresário pernambucano Ricardo Brennand (1927-2020). Descendentes de ingleses, os Brennand eram famosos em todo o estado pela fabricação de vidro, aço, cerâmica, cimento, porcelana e açúcar.

Além de gerenciar todos os negócios da família, Ricardo também era um grande apreciador de artes e durante suas viagens, principalmente para a Europa e Ásia, comprou diversas obras de grande valor.

Em 1999, Ricardo Brennand vendeu as fábricas de cimento da família ao grupo português Cimpor por mais de 500 milhões de dólares e, com parte desses recursos, projetou um grande espaço cultural para expor suas coleções particulares.

Depois de alguns anos, o Instituto era oficialmente aberto ao público em 2002 com a exposição “Albert Eckhout volta ao Brasil”, que contou com a presença do príncipe herdeiro da Dinamarca, Frederik.

Já em 2003, a então rainha da Holanda, Beatrix, esteve no Instituto para inaugurar a exposição “Frans Post e o Brasil Holandês”, até hoje aberta para visitação e que é a maior coleção particular de obras do pintor no mundo.

Ricardo Brennand era primo do ceramista Francisco Brennand, um dos mais famosos artistas plásticos do nosso país. A Oficina Francisco Brennand, que funcionava na antiga cerâmica da família, também é um dos mais importantes espaços culturais do Brasil.

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• Onde fica?

Muita gente pensa que as principais atrações do Recife estão localizadas em Boa Viagem ou no Marco Zero. Mas tanto o Instituto Ricardo Brennand quanto a Oficina Francisco Brennand ficam localizados no bairro periférico da Várzea, região oeste da cidade, distante cerca de 30 minutos de Boa Viagem.

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• Como chegar?

A ida até o Instituto Ricardo Brennand é uma boa maneira de você conhecer outras regiões do Recife além dos bairros litorâneos. Você verá que o contraste é gritante.

O endereço é Alameda Antônio Brennand, s/n – Várzea. Alguns GPS’s, porém, não reconhecem esse endereço, o levando para ruas ao redor do Instituto e não propriamente na entrada principal. No Google, aparece como Rua Mario Campelo, 700 – Várzea.

Indo de carro, uma boa maneira é seguir as placas da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco. Uma outra opção para você não errar é colocar no seu GPS a Rua Isaac Buril, 113. Você estará a poucos metros da entrada do Instituto Ricardo Brennand.

Eu e meus companheiros de viagem Dani e Lucas estávamos hospedados em Boa Viagem e alugamos um carro para nos deslocar até o Instituto. O Waze nos indicou como melhor caminho seguir por algumas ruas do bairro do Jordão, até acessar a Rodovia BR-101.

A região, porém, não me pareceu ser muito segura e muitas ruas não tinham asfalto. Por isso, uma boa opção, caso você esteja de carro, é ver o caminho que o GPS indica antes de segui-lo. De Boa Viagem, um dos melhores caminhos é seguir pela Avenida Recife até o cruzamento com a BR-101. Já partindo do Recife Antigo, um dos melhores caminhos é seguir pela Avenida Eng. Abdias de Carvalho.

Além de carro, outros bons meios para você chegar até o Instituto Ricardo Brennand são os táxis, transfers ou aplicativos como Uber (uma viagem partindo de Boa Viagem fica na faixa de R$30,00-40,00). Isso porque não há transporte público direto até o museu, sendo necessário fazer várias baldeações. Todos os ônibus que vão até o bairro param nas proximidades da UFPE, sendo necessário caminhar ou utilizar um táxi/Uber até o destino final.

Os ônibus que atendem a região são:

060 TI TANCREDO NEVESTI MACAXEIRA
202 TI BARROTI MACAXEIRA (VÁRZEA)
2040 CDUBOA VIAGEMCAXANGÁ
2060 TI TANCREDO NEVESTI MACAXEIRA
2431 TI CDU (CIRCULAR)

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• Atrações

Não faltam coisas para ver e fazer aqui. O Instituto Ricardo Brennand está sediado em um complexo de edifícios, inspirado no estilo Tudor, com área construída de 77.000m².

O complexo é constituído pelo Museu Castelo de São João, uma pinacoteca, uma biblioteca, um auditório, o Jardins das Esculturas, a galeria de exposições temporárias e eventos, um café e restaurante, a Capela Nossa Senhora das Graças e uma grande área verde com lagos e animais que andam soltos entre os visitantes.

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• A minha visita

Minha visita foi feita em um sábado a tarde, dia 26/12/2021.

Seguindo o caminho indicado anteriormente lá no tópico “como chegar”, depois de passar pela UFPE, chegando na rotatória, já observei a placa indicando o instituto. Fiz o contorno e segui por uma bonita e longa alameda, repleta de palmeiras, até o estacionamento, que é bem arborizado.

Ali mesmo, antes de entrar no museu, já tive uma noção da beleza do lugar, já que há algumas obras de arte espalhadas por belos jardins. Destaque para o portão medieval, guardado por duas estátuas de leões, e o chafariz.

• Bilheteria

Já ao lado do portão medieval está a Bilheteria. Por volta das 14h, quando cheguei, haviam cerca de 10 pessoas na fila, sendo assim, a entrada foi bem rápida. Devido aos protocolos da Covid-19, a minha temperatura foi medida e álcool em gel foi oferecido.

Passando a bilheteria, você verá um belo lago à sua direita.

• Galeria de Exposições

Já no final da rampa de acesso você verá a Galeria de Exposições. Esse espaço de 992m² e de salas amplas foi a última construção do Instituto, tendo sido inaugurada em 2011.

Dedicado a exposições temporárias e de peças da reserva técnica, tem também uma exposição permanente de esculturas em mármore representando as quatro estações (cópias das existentes nos jardins do Palácio de Versalhes na França), além de outras peças.

No dia da minha visita, a exposição era formada por muitos quadros de diversos pintores europeus e das Américas, além de esculturas e objetos de decoração. Para mim, o grande destaque desta galeria é a réplica em dimensões originais de O Pensador, obra autêntica de Auguste Rodin.

Bem em frente a Galeria de Exposições há belos jardins com muitas obras de artes, incluindo uma das cinco réplicas no mundo e a única da América Latina da estátua de David de Michelangelo. Com 5 metros de altura, essa talvez seja a escultura mais famosa do museu e é ponto de parada obrigatória para fotos (eu tirei várias hehe).

Além de Davi, há um jardim com muitas estátuas do colombiano Botero (artista famoso por suas esculturas gordinhas), com destaque para a obra “A Dama e o Cavalo”. Além disso, há inúmeras seriemas espalhadas pela área verde e que fazem a festa dos turistas, principalmente quando “cantam”.

• PINACOTECA

Passando por esses jardins, segui para o prédio que fica ao lado da Galeria de Exposições, que é a Pinacoteca, formada por grandes salões de exposições permanentes e um auditório para 120 pessoas.

Seguindo os protocolos de segurança da Covid-19, há um número limite de pessoas que podem entrar no espaço por vez, então, fiquei cerca de 20 minutos na fila. Utilizei esse tempo para admirar o belo hall de entrada, que tem muitas imagens sacras e mobília de época. Neste hall há um posto de informações turísticas com alguns folhetos sobre o Instituto.

Passando pela fila, entrei no circuito da Pinacoteca, que atravessa várias salas. As exposições Frans Post e o Brasil Holandês e Oitocentos Brasileiro, que possui uma diversa coleção de paisagens de várias cidades do Brasil, estão nessa parte, assim como um extenso acervo de esculturas, objetos de decoração, mapas, louças, moedas, tapetes e mobiliário.

Eu fiquei completamente encantado pela coleção deste lugar e foi onde fiquei mais tempo também. Há muitas peças interessantes e ricas em detalhes. Eu, particularmente, tirei muitas fotos.

Bem no finalzinho do circuito da Pinacoteca, já na parte externa, há um delicioso café (vou falar dele mais para frente).

• Jardim das Esculturas

Nos fundos da Pinacoteca fica um belo jardim com inúmeras esculturas.

• Museu Castelo de São João

Ao lado da Pinacoteca fica o Museu Castelo de São João, talvez o edifício mais famoso do Instituto. O castelo tem uma grande torre e há várias fontes e espelhos d’água ao redor do prédio. Assim como nos demais espaços, também havia limitação de pessoas, formando uma pequena fila para entrar.

O Museu Castelo abriga uma das maiores e mais importantes coleções particulares de armas brancas do mundo, com mais de 3.000 peças entre facas, espadas, adagas, canivetes, estiletes e 48 armaduras (duas delas para criança e uma para cachorro).

Há também uma biblioteca especializada em História do Brasil colonial, com mais de 60 mil itens (eu não cheguei a visitar a biblioteca).

Logo na entrada do castelo, há um majestoso hall com pé alto:

Na sequência, há uma linda sala com uma fonte no centro, várias peças medievais e a grande escultura de uma aranha na parede (eu quase morri quando vi haha).

A partir desta sala se tem acesso a 3 grandes salões com muitas armaduras, armas brancas, quadros e esculturas.

Sala da esquerda:

Sala da frente:

Sala da direita:

Saindo do Museu Castelo, aproveitei para admirar os jardins em frente.

Nos fundos do instituto há ainda uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora das Graças. Por ficar em uma área restrita, a visitação a ela só acontece algumas vezes ao ano, durante eventos específicos.

Do Museu Castelo, segui novamente para o estacionamento, onde fica o restaurante Castelus, meu próximo tópico.

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• Onde comer

O Instituto Ricardo Brennand tem um café e um restaurante de grande renome em seu interior.

• Café Brennand

O Café Brennand fica localizado na parte externa da Pinacoteca e tem um espaço super charmoso, com mesas e cadeiras rústicas. Tem um cardápio variado com tortas, bolos, salgados e bebidas quentes. O preço segue o padrão de lugares turísticos.

• Restaurante Castelus

Um dos mais famosos de Recife, o Castelus fica localizado na parte externa do Instituto, ao lado do estacionamento, já no final da Alameda de Entrada – para visitá-lo, não é necessário comprar o ingresso.

Com um ambiente luxuoso e atendimento de primeira, o restaurante tem um cardápio bem completo, mas com preços um pouco altos. Como era tarde optei por um café expresso e por uma Cartola (torta de banana e canela) por R$24,00 e que estava muito saborosa.

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• E no final, valeu a pena?

Muitooooo. Depois de visitar o Instituto Ricardo Brennand, você entenderá o porque dele ser considerado o melhor do Brasil. Sua coleção, seus prédios e seus jardins são completamente diferentes de tudo que já tinha visto em outros museus do Brasil e do mundo. Eu saí completamente encantado de lá.

É, sem dúvidas, uma das atrações imperdíveis que a capital pernambucana oferece.

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• Dias e horários de funcionamento

Terça-feira à domingo, das 13h às 17h – a bilheteria fecha às 16h30
Segunda-feira está fechado

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• Quanto custa?

De Terça a Domingo (Valor 2023)
Inteira: R$ 50,00 | Meia*: R$ 25,00

Grupos escolares:
Ingressos no valor de R$ 15,00
(Mediante confirmação do agendamento)

*Meia entrada | Mediante documentação comprobatória

*Pessoas com deficiência, estudantes, professores e idosos acima de 60 anos

*Última terça-feira de cada mês gratuita, temporariamente suspensa.

Entrada Gratuita | Crianças até 07 anos, guias de turismo e taxistas**, Membros do Conselho Internacional de Museus – Icom*.

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• Onde se hospedar

Recife tem uma rede hoteleira grande, com diversas opções interessantes e para os mais variados perfis e bolsos. Hospedagens próximas a praia costumam ser um pouco mais caras, mas é sempre bom dar uma olhada. Por isso, abaixo eu listo algumas opções interessantes:

– Cosmopolitan Hostel: situado a apenas 3 minutos a pé da Praia de Boa Viagem, o hostel oferece quartos com ar-condicionado e banheiro privativo ou compartilhado. A propriedade dispõe de balcão de turismo, salão de jogos e biblioteca.

– ibis Recife Boa Viagem: localizado a poucos metros da Praia do Pina, esse hotel 3 estrelas oferece restaurante, bar e quartos com ar-condicionado e banheiro privativo. Há buffet de café da manhã incluído.

– Hotel Nacional Inn Recife: localizado a apenas 500 metros do Shopping Recife e a 1,2 km da Praia de Boa Viagem, este hotel oferece piscina e quartos com ar-condicionado, frigobar e banheiro privativo.Há café da manhã.

– Fit Transamerica Recife: localizado a 700 metros da Praia de Boa Viagem, este hotel 3 estrelas oferece restaurante, estacionamento privativo, piscina ao ar livre, academia e quartos com ar-condicionado e banheiro privativo. Há café da manhã.

– Beach Class Convention By Hôm: este hotel conta com piscina ao ar livre, restaurante, academia 24 horas e quartos com ar-condicionado e frigobar. O Shopping Center Recife fica a 1 km do hotel.

– Hotel Jangadeiro: localizado em frente à Praia de Boa Viagem, oferece um terraço com uma bela vista panorâmica, piscina e quartos com ar-condicionado, TV a cabo e frigobbar. Há café da manhã.

Lembre-se de verificar a disponibilidade, preços e outras informações relevantes diretamente com as acomodações.

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