O Uruguai tem sido um destino cada vez mais procurado por brasileiros e na minha última viagem pude comprovar isso. De todas as minhas andanças pela América do Sul, o Uruguai foi o país que mais encontrei brasileiros: nas ruas, no hotel, nos restaurantes, nos ônibus, em todo o lugar hehe.
Em pontos mais turísticos como Punta del Este, era mais fácil encontrar falantes de português nas ruas do que o próprio espanhol, língua oficial do país. E não é para menos. Além da proximidade com o Brasil – fica há pouco mais de duas horas de avião de São Paulo, além de ser facilmente acessado de ônibus ou carro através da fronteira com o Rio Grande do Sul – o Uruguai oferece atrações para todos os gostos com praias, cidades históricas, parques nacionais, muita comida, cultura e tradições centenárias.
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Informações práticas
Nome: República Oriental do Uruguai
Capital: Montevidéu
Maiores cidades: Montevidéu, Salto, Paysandú, Ciudad de la Costa.
Moeda: peso uruguaio
População (2017): 3.5 milhões (137° mundo)
Idioma oficial: espanhol
IDH (2017): 0.804 (55° mundo)
Brasileiros não necessitam de visto para entrar no país – basta o RG ou passaporte.



Com pouco mais de 3.5 milhões de habitantes, o Uruguai é o segundo menor país da América do Sul, sendo apenas maior que o Suriname. Apesar do tamanho, o país é bem desenvolvido, ficando em 1º no ranking de qualidade de vida/desenvolvimento humano na América Latina, além de ser considerado o país menos corrupto da região. Tem também a menor taxa de natalidade e a maior expectativa de vida da América do Sul.
O Uruguai também é pioneiro em direitos civis, tendo sido o primeiro país a legalizar o divórcio e a união civil entre pessoas do mesmo sexo na América do Sul, além de ter sido o primeiro país do mundo a legalizar o cultivo, venda e consumo de cannabis, em 2013. Em Montevidéu, por exemplo, é possível encontrar inúmeras casas especializadas na erva, muitas delas inclusive viraram pontos turísticos – o cheiro de maconha é forte em lugares públicos.

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A minha viagem
Viajei com uma amiga (Dani) e lá encontrei um antigo professor (Paolo), que coincidentemente também estava em terras uruguaias e pudemos passar um dia juntos.

Ao todo foram 6 dias no país, sendo 3 dias dedicados à conhecer a frenética capital Montevidéu, que com mais de 1 milhão de habitantes, abriga mais de 43% da população uruguaia. Os outros dias foram dedicados à Colônia do Sacramento, Punta del Este e Punta Ballena. Fiquei todos os dias hospedado na capital e conheci as outras cidades em passeios de bate e volta, no qual dediquei um dia para cada lugar. Esses dias foram suficientes para conhecer essas cidades, mas se puder, reserve pelo menos duas semanas no país, assim você poderá conhecer outros destinos imperdíveis e que não tive a oportunidade de conhecer dessa vez, como Punta del Diablo, Cabo Polonio, Piriápolis, Salto e o Parque Nacional de Santa Teresa.

Claro que a visão de turista é sempre diferenciada, mas no geral não achei o Uruguai tão diferente do Brasil. A primeira vista, o que mais chama a atenção nas ruas é o quanto os uruguaios amam beber mate, similar ao nosso chimarrão. Uma tradição compartilhada por quase todos os uruguaios.



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Alimentação
A maioria da população uruguaia é formada por descendentes de europeus e isso se reflete na culinária local. Entre as comidas típicas do país, se destaca o Chivito, um sanduíche com tudo dentro. As carnes uruguaias também são super famosas e geralmente veem acompanhadas de purê, arroz ou batata frita. Aliás, batata frita parece ser o nosso arroz com feijão, vai em todos os pratos. Doces de leite e alfajores também são famosos – não provei o doce de leite, mas o alfajor é uma delícia.

No geral, os preços são um pouco mais elevados que no Brasil, mas variam bastante entre os estabelecimentos. Uma garrafa de água de 500ml, por exemplo, fica na faixa de 40 pesos.
Em Montevidéu é possível encontrar opções diversas, principalmente no centro. A rede de lanchonetes La Pasiva (sim, esse é o nome haha) é super popular e tem uma filial em cada esquina. Lá é possível encontrar diferentes pratos doces e salgados por preços consideráveis – comprei uma hamburguesa com fritas por 290 pesos uruguaios. O lanche era enorme e estava uma delícia. Em Punta e em Colônia os preços são parecidos com os oferecidos na capital, mas com menos opções de sabores e combinações.


Outras opções interessantes são os lanches de rua: baratos e apetitosos. Comprei um lanche próximo ao hotel onde estava hospedado por 135 pesos e haviam mais de 10 opções de complementos.
E claro, há também as famosas empanadas: baratinhas (variam entre 60 e 100 pesos), elas são muito gostosas e vendidas em todo o lugar – mas as empanadas argentinas são melhores! Polêmica.


Outra coisa interessante é que os uruguaios utilizam menos sal que nós na comida. Inclusive em inúmeros estabelecimentos é possível ver avisos do tipo “menos sal, mais saúde”. Também achei muito difícil encontrar pimenta em molho (ela geralmente é servida em pó).
Ah, o Uruguai tem um programa de benefícios aos turistas que concede desconto para pagamentos em restaurantes com cartão de crédito ou débito internacional.

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Custo de vida e câmbio
Apesar do real ser mais valorizado que o peso uruguaio, viajar para o Uruguai não é lá muito barato. E isso parece ser unanimidade nos relatos de blogs de viagem. Mas claro que isso varia muito do estilo de viagem escolhido. Como um bom mochileiro recém formado na faculdade e sem dinheiro para nada, tentei economizar na hospedagem, transporte e alimentação, mas sem deixar de aproveitar as atrações que o país oferece.
Então, uma dica importante é pesquisar bastante antes de comprar qualquer coisa, porque os preços variam e muito entre os estabelecimentos.
Em relação ao câmbio, a cotação em Campinas, cidade onde moro no interior de São Paulo estava 1 real = 15 pesos alguns dias antes da viagem. Já no Uruguai, a melhor cotação que encontrei foi 1 real = 8.10 pesos. E vale a pena pesquisar, já que há casas de câmbio vendendo 1 real = 7 pesos. Montevidéu continua sendo o melhor lugar para trocar dinheiro no Uruguai e as casas de câmbio ficam localizadas principalmente na Avenida 18 de Julio e arredores. Trocar real por pesos no Aeroporto de Carrasco e no Terminal Tres Cruces não é lá muito vantajoso, então evite.



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Hospedagem
O país oferece opções para todos os gostos e bolsos, desde resorts e hotéis 5 estrelas à pousadas e hostels. Por uma questão de logística, decidi ficar hospedado no centro de Montevidéu em um hotel econômico na Plaza Cagancha e não me arrependo da escolha – veja tudo aqui.
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Segurança
O Uruguai é um dos países mais seguros da América Latina e turistar por lá é relativamente tranquilo, principalmente se comparado com as grandes cidades brasileiras. Os uruguaios são no geral bem toleráveis e cordiais. Eu mesmo não tenho o que reclamar do atendimento que tive em todos os estabelecimentos que fui, já que eles sempre foram muito simpáticos e solícitos. E isso faz com que nós, estrangeiros, nos sentimos mais a vontade.
Punta Ballena, Punta del Este e Colônia são tranquilas, policiadas e os casos de violência contra turistas são raros. Também achei Montevidéu tranquila, mas por se tratar de uma cidade grande, furtos e assaltos são bem mais frequentes. Eu mesmo presenciei um morador de rua tentando furtar uma loja na avenida 18 de Julio em plena manhã de segunda-feira. Por isso, é sempre bom tomar alguns cuidados, como não ostentar objetos de valor, ficar sempre de olho em carteiras e celulares e claro, evitar sair sozinho a noite em lugares como a Ciudad Vieja e a região portuária, que costumam ficar vazias nesses horários.
Resumindo: não dê bobeira e tenha no exterior os mesmo cuidados de segurança que você teria no Brasil. Assim tudo vai ficar bem.




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Transporte
Por ser um país pequeno, é muito fácil transitar entre as principais cidades – e as travessias não costumam ser longas. As estradas no geral são asfaltadas e bem sinalizadas.
Se você não estiver de carro, uma das maneiras mais fáceis de se locomover entre as cidades é de ônibus. Eles são novos, confortáveis e contam com Wi-fi. Isso sem falar nas inúmeras companhias existentes – uma das maiores é a COT-Companhia Oriental de Transporte. Em Montevidéu, as principais empresas ficam localizadas no moderno Terminal Tres Cruces. O trajeto entre a capital e Colônia e Punta del Este dura cerca de 2.30h a partir desse terminal e a passagem custa um pouco mais de 300 pesos. Você pode acompanhar todos os destinos que saem desse terminal n o link https://www.trescruces.com.uy/horarios-destinos/ .
Ainda em Montevidéu, para se locomover dentro da cidade, a melhor maneira também é o ônibus. As linhas municipais são constantes e ligam todos os bairros. As passagens do Centro para Ciudad Vieja custam 26 pesos. Para Pocitos e o Terminal Tres Cruces, 36 pesos. Já para o Aeroporto de Carrasco, 64 pesos.
Os táxis amarelinhos são facilmente encontrados pela cidade, mas costumam ser mais caros. Já o aplicativo Uber funciona há alguns anos e costuma ser vantajoso se você está em grupo, pois os valores costumam ser um pouco alto – eu usei uma vez em Punta del Este e um trajeto de 20 minutos custou 570 pesos.

Falando em aeroporto, o principal do país é o Aeroporto Internacional de Carrasco, localizado nos arredores de Montevidéu e que é um dos mais modernos do continente. Punta del Este também conta com um aeroporto internacional, mas as passagens costumam ser um pouco mais caras.





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Olá! Eu e meu marido adoramos suas dicas, vai bem de acordo com o que planejamos e estamos pesquisando.
Como você chegou em Casapueblo? Já vi algumas pessoas dizendo que é complicado chegar (e sair) de ônibus.
Obrigada pela ajuda.
Olá Mônica, como vai?
Fico feliz que tenha gostado das dicas. Sobre a Casapueblo, fui de ônibus a partir de Montevidéu. É necessário pegar bus no Terminal de Tres Cruces ou no Aeroporto de Carrasco com destino a Punta del Este e descer no Lomo de la Ballena ou pedir para o motorista parar no ponto da Casapueblo. Do mesmo lado que descer, caminhe mais um pouco e acesse a avenida panorâmica Carlos Páez Vilaró e caminhe por cerca de 1,6 km em linha reta até o museu. Para voltar, eu pedi um uber até Punta del Este utilizando o Wi-Fi do museu. Eu escrevi mais sobre o museu e como chegar nele nesse link: http://viajantesemfim.com.br/2019/01/visitando-a-casapueblo-em-punta-ballena-a-obra-prima-de-carlos-paez-vilaro/
Espero que te ajude *_*
Faltou mencionar o doce chaja (Tchara) em Montwvideo tem um bistrô (nao vi acima mas gica a dica) e alguns mercados tbem vende como Tienda Inglesa.
Sem dúvidas, Marlene. Esse é o doce mais tradicional do Uruguai e infelizmente eu não o provei. Agora tenho mais um motivo para voltar ao país haha *_*