Centro Histórico de Santana de Parnaíba: o que ver e fazer

Localizada às margens do Rio Tietê, na Grande São Paulo, Santana de Parnaíba é um verdadeiro mergulho na história paulista.

Com seu centro histórico preservado, ruas de paralelepípedo e casarões coloniais que remontam ao século XVII, a cidade encanta visitantes que buscam cultura, arquitetura e um clima acolhedor.

Vamos conhecer o lindo Centro Histórico de Santana de Parnaíba?! 😍😍😍


  • Informações práticas

Nome: Santana de Parnaíba
Estado: São Paulo
Fundação: 14 de novembro de 1580
População: 154 mil (2022) – 53° estado | 195° país
Gentílico: Parnaibano
IDH: 0.814 – 9° do estado entre 645 municípios
Distância até a capital: 42 km


  • História

A história de Santana de Parnaíba começa por volta de 1580, quando Suzana Dias, uma indígena convertida ao cristianismo, fundou uma pequena povoação às margens do Rio Tietê. Viúva do bandeirante André Fernandes, Suzana construiu uma capela em homenagem a Sant’Ana, a santa que deu nome ao povoado.

A localização era estratégica: o rio permitia navegação e escoamento, e o local ficava próximo ao caminho usado por bandeirantes em suas expedições rumo ao interior do Brasil.

Durante os séculos XVII e XVIII, a cidade prosperou como núcleo bandeirante e religioso, construindo igrejas, casarões e estabelecimentos que até hoje compõem o Centro Histórico.

Com o fim do ciclo bandeirante e o crescimento de outras cidades paulistas, como São Paulo e Campinas, Santana de Parnaíba perdeu protagonismo. A economia local passou a depender da agricultura e pecuária, em ritmo modesto.

Durante boa parte do século XX, Santana de Parnaíba permaneceu como uma cidade pequena, quase rural, sem muito destaque econômico. Paradoxalmente, isso ajudou a preservar sua arquitetura colonial, já que não houve pressão por verticalização ou modernização agressiva.

A partir da década de 1970, começaram as ações de tombamento histórico dos imóveis do centro, e a cidade passou a investir em turismo cultural e histórico, se tornando um dos destinos turísticos mais populares da Região Metropolitana de São Paulo.


  • Onde fica

Santana de Parnaíba fica localizada na Região Metropolitana de São Paulo, a aproximadamente 40 km do centro de São Paulo (distância rodoviária estimada entre 38 e 42 km). 

Seu território se estende por cerca de 180 km², e é vizinha de Barueri, Osasco, Cajamar, Itapevi e Pirapora do Bom Jesus. 

Santana de Parnaíba é facilmente acessível para um bate-volta cultural saindo de São Paulo, seja de carro ou transporte público.

Entrada da Cidade

  • Como chegar?

De carro

A rota mais comum sai de São Paulo pela Rodovia Castelo Branco (SP‑280) ou pela Rodovia Anhanguera (SP‑330), seguindo depois pela Estrada dos Romeiros (SP‑312) até o centro da cidade. 

O trajeto leva de 40 a 50 minutos, dependendo do trânsito, numa distância entre 38 e 42 km. 

Transporte público a partir de São Paulo

A forma mais econômica é através dos trens da CPTM (Linha 8 – Diamante) até Barueri ou Osasco, seguida por ônibus municipal (linha 498 ou 378), com um trajeto que dura entre 1h20 e 1h40. Já a passagem custa entre R$9 e R$12. 

Rodoviária de Santana de Parnaíba

  • O que ver e fazer no Centro Histórico

O Centro Histórico de Santana de Parnaíba não é muito grande, sendo ideal para um bate e volta a partir de São Paulo e outras cidades da região.

Estando aqui, a melhor maneira de conhecer as atrações é a pé.

  • Casarões coloniais

O Centro Histórico de Santana de Parnaíba abriga um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do período colonial no estado de São Paulo. São 209 edificações tombadas, incluindo casas térreas e sobrados construídos entre os séculos XVII e XIX, alinhadas à rua e geminadas. 

Esses casarões são retratos vivos de quatro séculos de história! Ao caminhar por suas ruas de paralelepípedo e observar as fachadas coloridas, o visitante realmente sente como se voltasse no tempo.

  • Igreja Matriz Santa’Ana

A Igreja Matriz é o marco histórico e religioso mais importante de Santana de Parnaíba, já que foi ao seu redor que a cidade se desenvolveu.

Sua história remonta a cerca de 1560, quando foi erguida a primeira capela, simples, feita de pau-a-pique e coberta com folhagens, dedicada a Santo Antônio. Em 1580, foi construída uma nova capela, desta vez dedicada a Sant’Ana, e, em 1610, André Fernandes edificou uma terceira construção.

Em 1625, essa construção foi oficialmente elevada à condição de Matriz, dando origem à Paróquia de Sant’Ana.

Já a estrutura que vemos hoje é resultado da obra concluída em 1882, projetada em estilo eclético, com elementos arquitetônicos marcantes como o piso de canela preta e altares elaborados de acordo com a liturgia católica.

O edifício é tombado pelo CONDEPHAAT e passou por um importante processo de restauração entre 1994 e 1997, preservando suas características históricas e artísticas.

  • Largo da Matriz

Essa pequena praça localizada em frente à Igreja Matriz abriga o simbólico monumento à Suzana Dias, fundadora da cidade.

  • Praça da Bandeira

Essa pequena praça localiza-se nos fundos da Igreja Matriz e abriga vários casarões históricos ao seu redor, incluindo a Casa Paroquial.

  • Praça Quatorze de Novembro

Principal praça da cidade, a Quatorze de Novembro é rodeada por casarões coloniais preservados e pela imponente Igreja Matriz.

A praça foi revitalizada nos últimos anos, ganhando piso em mosaico português, bancos de madeira, paisagismo renovado, iluminação moderna e piso tátil para acessibilidade, sem perder o charme de sua história.

No centro da praça está o lindo Coreto Maestro Bilo, de 1892, uma elegante estrutura de ferro fundido que ainda mantém elementos originais, como as grades importadas da Inglaterra. O coreto serve como palco para apresentações musicais e eventos comunitários.

  • Largo São Bento

Formado entre os anos 1643 e 1651, o largo abrigou um Mosteiro beneditino fundado em terras doadas por André Fernandes.

Também foi residência do frei Agostinho de Jesus, escultor renomado da arte barroca colonial, conhecido por ter criado a imagem original de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Tanto que há um monumento em homenagem a esse momento no centro da praça.

O Largo atualmente abriga diversas construções tombadas pelo CONDEPHAAT.

  • Biblioteca Municipal Antônio Branco

Principal biblioteca pública de Santana de Parnaíba, foi fundada em 1941 e renomeada em 1984 em homenagem ao ex-prefeito Antônio Branco. Inclusive, está instalada em uma antiga propriedade do próprio Antônio Branco e que foi construída entre 1880 e 1910.

O espaço conta com mais de 15 mil livros, incluindo literatura, história local e obras raras. Possui ainda um telecentro com acesso à internet, salas de leitura e áreas infantis.

Funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, e oferece empréstimos gratuitos mediante cadastro.

  • Casa do Anhanguera

O Museu Casa do Anhanguera, inaugurado em 1962 e instalado na antiga residência do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), é o único exemplo de casa bandeirista urbana de estrutura original preservada no estado de São Paulo.

Construída no século XVII utilizando técnicas tradicionais, como a taipa de pilão e pau-a-pique, a casa foi tombada pelo IPHAN em 1958 e, depois, pelo CONDEPHAAT em 1982, como patrimônio histórico. 

O acervo é composto por mobiliário antigo, objetos do cotidiano colonial e documentos históricos, muitos doados por moradores locais ou adquiridos pela prefeitura.

Endereço: Largo da Matriz, nº 19, Santana de Parnaíba – SP

Horários
Terça a sexta: 08h – 17h
Sábado, domingo e feriados: 09h – 17h

Entrada: Gratuita

  • Monumento aos Bandeirantes

Inaugurado em 2006 e criado pelo escultor Murilo Sá Toledo, o monumento possui 23 esculturas em bronze que retratam figuras históricas ligadas à origem da cidade e à expansão do território paulista no período colonial.

Entre os personagens representados estão Suzana Dias, fundadora da cidade, seu filho André Fernandes, e bandeirantes como Domingos Jorge Velho, Anhanguera, Raposo Tavares e Fernão Dias. A obra também mostra cenas do cotidiano da época, com indígenas, escravizados, crianças e animais.

Com cerca de 60 metros de comprimento, jardins e espelhos d’água, o monumento impressiona pelo seu tamanho.

  • Lojas de artesanato

O Centro Histórico é um excelente lugar para encontrar artesanato local, com várias lojinhas charmosas instaladas em casarões coloniais. Esses espaços valorizam a cultura tradicional da cidade, o trabalho manual e produtos feitos por artistas e artesãos da região.

Destaco principalmente o Centro de Apoio ao Artesão, que reúne peças feitas por artesãos da cidade, e a Feira de Artesanato, que acontece todos os domingos na Praça 14 de Novembro.


  • Onde comer

O Centro Histórico abriga muitos restaurantes tradicionais e que estão sempre cheios. Por isso, deixo abaixo algumas opções para vocês:

São Paulo Antigo Restaurante

Localizado em um casarão do século XVIII e considerado o restaurante mais famoso da cidade, oferece culinária caipira e mineira tradicional, como leitão à pururuca e torresminho, servidos em panelas de pedra. A varanda tem vista para o coreto e a praça central, proporcionando uma experiência histórica e gastronômica única.

Um Bom Lugar

Localizado em um casarão colonial de cerca de 1800, o Um Bom Lugar tem buffet variado com pratos temáticos semanais: feijoada, culinária árabe, paella, rabada e aos domingos com música ao vivo (jazz e MPB). 

Restaurante Bartolomeu

Ambiente rústico com obras de arte locais, tem mesas na calçada com vista para a igreja e o coreto. Serve petiscos, grelhados, moqueca, massas e feijoada num clima descontraído.

Emprestado di Buteco

Serve petiscos e pratos brasileiros de inspiração regional (como cauda de lagosta, bolinhos, Dandá de camarão), mostrando receitas reconhecidas nacionalmente de diferentes estados.

Bar do Detó

O Bar do Detó é um ponto tradicional da cidade, conhecido pelo ambiente descontraído, bons petiscos e cerveja gelada.


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