Localizada na comuna de San José de Maipo, há 2 horinhas de Santiago, Cajón del Maipo é uma área da Cordilheira dos Andes formada por um cânion, morros, falésias, lagos e vários rios que formam uma das paisagens mais bonitas que vi durante a minha viagem por terras chilenas.
E justamente pela proximidade com a capital, Cajón é um destino frequente para os praticantes de esportes radicais e de aventura, mas que vem se tornando nos últimos anos um destino super popular também entre os turistas estrangeiros que buscam uma experiência diferenciada pelos Andes.
Viagem feita em janeiro de 2017.
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Como foi a minha visita?
Saiba que este passeio por Cajón del Maipo pode ser feito por agências de turismo e também por conta própria, mas com algumas restrições de acesso em áreas de preservação e dificuldades de acesso através de transporte público.
Eu optei por fazer a visita com uma agência de turismo, a Sousas Tour, especializada em brasileiros no Chile. Nessa agência, eu também fechei um tour pela Vinícola Concha y Toro, o que me deu um descontinho hehe. Atualmente (julho/22), esse mesmo passeio para Cajón del Maipo e que é feito em grupo sai por $65.000 pesos chilenos por pessoa.
O tour dura cerca de 10h, metade desse tempo só na estrada. Quando fechei o passeio com a agência, estava marcado para a van me pegar no hostel que estava hospedado no centro de Santiago às 6h30, mas não sei o que aconteceu que eu confundi os horários e pensei que eles iam passar às 9h30 haha.
Só sei que quando deu 6h30, o recepcionista do hostel me acordou dizendo que o pessoal da Sousas Tour estavam me esperando – e lá vai eu me arrumar em menos de 10 minutos, morrendo de vergonha por fazer o pessoal esperar por mim. E nessa correria, acabei esquecendo de levar comigo algum casaco para o frio =(
O nosso grupo era predominantemente brasileiro (haviam cerca de 10 pessoas). Já o guia falava um portunhol de fácil entendimento hehe e era bem simpático. Depois de se apresentar e nos dar algumas recomendações, começamos de vez o nosso passeio.
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Estádio Nacional do Chile
Eis que a nossa primeira parada nem estava no roteiro oficial hehe – pausa apenas para tirarmos algumas fotos (cerca de 10 minutos) e também para sabermos um pouco da história do local.
O Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos foi inaugurado em 1938 e desde 1939 é a sede oficial da seleção chilena de futebol. Com capacidade para pouco mais de 48 mil pessoas, o estádio recebeu inúmeros eventos e partidas importantes, entre eles a final da Copa do Mundo de 1962, no qual o nosso Brasil saiu campeão <3 . Além disso, durante a ditadura militar, o estádio serviu como centro de detenção.
Não muito longe do estádio, fizemos mais uma rápida parada em um supermercado (cerca de 15 minutos), para comprarmos lanchinhos para comer ao longo do trajeto.
Do estádio, seguimos pela estrada por cerca de 1h30, cortando, em um primeiro momento, vários bairros da grande Santiago até chegarmos à Comuna de San José del Maipo, uma área pouco habitada e que já proporciona belas vistas da cordilheira.
A estrada é asfaltada e na maior parte do tempo ela vai margeando o Rio Maipo, um dos maiores da região metropolitana de Santiago. Nesse trecho não há paradas, mas cortamos vários vilarejos e pequenas cidades, sendo que as duas maiores são Las Vertientes e San José de Maipo.
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Puente el Toyo e Rio Maipo
Um pouco depois de passarmos por San José de Maipo, fizemos a segunda parada do tour na Ponte el Toyo, que passa sobre o Rio Maipo. Ali, não há muito o que fazer, além de admirar o rio e as montanhas ao redor – a parada durou cerca de 15 minutos.
Ali também percebemos que o tempo começou a nublar e a temperatura a cair mais e mais =(
Lembram que eu havia esquecido de pegar algum casaco? Pois é, nessa hora já estava sentindo na pele a friaca dos Andes.
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Túnel Tinoco
20 minutos depois, fazíamos mais uma parada, dessa vez no Túnel El Tinoco, um antigo túnel ferroviário que funcionou de 1914 a 1980. Atualmente, a linha férra não existe mais, mas o túnel se tornou ponto de parada para os turistas devido a experiência de atravessa-lo – travessia essa que é feita quase toda no escuro hehe.
Além disso, é muito famosa a história de um jovem que se suicidou dentro desse túnel, por isso, há um altar com muitas flores e imagens sacras em uma das entradas da construção. Ali também há um restaurante e uma lanchonete. A parada durou cerca de 50 minutos.
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Mirantes
Do túnel até o nosso destino final, seguimos por mais 1h30, mas fizemos mais duas paradas (cerca de 15 minutos cada) ao longo da estrada em belíssimos mirantes naturais. Não consegui localizar no mapa exatamente onde paramos, mas as fotos abaixo comprovam a beleza do lugar.
Também devido a altitude, o frio só aumentava e ventava bastante (isso porque era auge do verão – por isso, vá preparado).
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Embalse El Yeso
Do mirante, seguimos subindo a estrada, que nesse trecho não é mais asfaltada, até o ponto alto do passeio e nosso destino final, o Embalse El Yeso.
O Embalse é uma represa localizada a 3.000 metros acima do nível do mar e que é abastecido, principalmente, pelo degelo das geleiras ao redor. Foi inaugurada em 1964 e é o principal reservatório de abastecimento de água de Santiago.
A chegada a represa é incrível, pois a estrada é estreita e vai rodeando o lago (assim, você consegue ter uma dimensão do seu real tamanho).
Por incrível que pareça, quando chegamos ali, a minha camêra profissional, que é, inclusive, a minha fiel companheira em viagens, parou de funcionar haha, então tive que tirar todas as fotos pelo celular, que não era um dos melhores na época.
De qualquer forma, consegui registrar aquelas paisagens maravilhosas, com as águas verdes da represa e as montanhas (algumas ainda cobertas de neve) ao fundo.
Ainda na estrada, fizemos uma parada de 15 minutos em um dos mirantes, para poder apreciar o lago. Em seguida, fomos até a parte baixa da represa, onde uma linda mesa nos esperava para o piquenique.
Não encontrei nenhuma foto da mesa em meus arquivos, mas posso garantir que tudo estava bem gostoso, desde o vinho, até os aperitivos, que incluíam queijos, azeitonas, torrada e pãezinhos.
Essa parada durou cerca de 1h30, então, além de comer muito hehe, ainda consegui caminhar um pouco pela área, que é bem seca e repleta de pedras de cor escura.
Depois, voltamos para a van e seguimos pela estrada por mais 2h30 horas (desta vez sem paradas), até chegarmos em Santiago novamente.
Caso você vá por conta, aqui vale algumas informações importantes: desde dezembro de 2018, e entre abril e agosto, que é a época com mais probabilidade de nevascas, somente veículos autorizados podem acessar a área do Embalse el Yeso, e das 6h às 14h. Também é proibido praticar qualquer tipo de esporte aquático, exceto pesca (e no período apropriado). Já o camping, caminhadas e mountain bike são permitidos.
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O que eu achei do passeio?
Essa foi um dos lugares que mais gostei de visitar durante as minhas andanças por terras chilenas, mas caso eu voltasse para lá novamente, voltaria em um mês fora do verão chileno, justamente para pegar o tempo aberto e poder ver os picos dos andes cobertos de neve – de uma pesquisada na internet e verá que a beleza é sem igual durante essa época.
Ah, também iria com mais roupas de frio haha (não nego, o frio que passei lá tirou um pouco do meu ânimo).
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Se localize
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