Não há como negar que Ilhabela é conhecida principalmente pelas suas incríveis belezas naturais: são inúmeras praias e reservas verdes com cachoeiras e vida selvagem de tirar o fôlego.
Mas a ilha localizada no litoral norte de São Paulo também preserva uma das propriedades rurais mais importantes do estado, a Fazenda Engenho D’Água, que atualmente é um parque municipal com visitas monitoradas.
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Onde fica
A Fazenda Engenho D’Água tem excelente localização, no Bairro Engenho D’Água, bem em frente a praia de mesmo nome. Apesar de ficar no lado norte de Ilhabela, é facilmente acessada por quem vem do lado sul, através da SP-131, que é a avenida que percorre todo o litoral de ilha de norte a sul. Há placas informativas ao longo do trajeto indicando a fazenda.
Endereço: Avenida Pedro de Paula Moraes, S/N, Engenho D’Água – Ilhabela/SP.
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A minha visita
Passei 4 dias maravilhosos em Ilhabela e como estava hospedado no bairro do Engenho D’Água, fiz questão de incluir no meu roteiro uma visita a fazenda. Eu já tinha conhecimento da fazenda através de algumas pesquisas pela internet, mas até pela proximidade com a hospedagem onde estava, sempre passava na avenida em frente e ficava admirado com a grandiosidade e beleza do lugar.
Minha visita ocorreu no feriado de 12 de Outubro (Nossa Senhora Aparecida), por volta das 16h, e o movimento estava tranquilo. Logo na entrada da fazenda, há uma tenda onde um monitor pede para que os visitantes assinem o nome e a cidade de origem em um livro (há álcool em gel). De lá, fui orientado a seguir pela estrada principal até um anexo ao lado do casarão.
Lá, haviam alguns turistas e uma das monitoras pediu para que eu aguardasse alguns minutos até que uma turma pudesse ser formada para iniciar o tour guiado. Nesse espaço há uma recepção turística onde é possível pegar informativos sobre o espaço, além de banheiros e um bebedouro.
Assim que um grupo com cerca de 15 pessoas foi formado, a simpática guia Adriana veio se apresentar e começou o tour. Dali da recepção, seguimos para a parte inferior do casarão. Ali, a guia começou a contar um pouco sobre a história da fazenda.
A Fazenda Engenho D’Água tem 43,5 mil m² e foi fundada no século XVIII, na mesma época em que a produção de cana de açúcar começou a se expandir no litoral norte de São Paulo.
Apesar de ter sido inicialmente focada na produção açucareira, logo a fazenda começou a se destacar pela produção de cachaças, se tornando uma das maiores produtoras da região. E ao contrário de outras propriedade da época, o casarão principal servia de moradia (parte superior) e também para a produção (parte inferior).
Inclusive, nesse trecho do tour, a Adriana nos mostrou alguns dos equipamentos responsáveis pela produção da cachaça e que eram utilizados pelos escravos da fazenda.
Depois seguimos para a sala ao lado, onde há vários painéis com fotografias de época. Aqui, a Adriana nos contou que com o tempo, a produção da Engenho D’Água começou a cair e a fazenda ficou praticamente abandonada até 1939, quando foi comprada pela família Gontier.
Essa família restaurou toda a fazenda, reiniciou a produção e trouxe novos ares ao lugar até meados da década de 1980.
Depois de anos fechada, todo o espaço da fazenda foi comprado pela Prefeitura de Ilhabela em 2015, que revitalizou o espaço e o abriu oficialmente como um espaço de cultura e lazer em 2021.
Além disso, devido a sua importância histórica e arquitetônica não apenas para a cidade, mas para todo o país, a Fazenda Engenho D’Água é tombada como patrimônio pelo IPHAN desde 1951, pelo Condephaat desde 1979 e pelo Inventário do Patrimônio Edificado e Ambiental de Ilhabela desde 2021.
Ainda nesse trecho do tour, observamos vários móveis e objetos de época que fazem parte do acervo da casa.
De lá, seguimos para a parte externa, subimos a grande escadaria e fomos para o piso superior. Logo na varanda, uma parada obrigatória para fotos: a vista de lá é muito bonita.
Nossa primeira parada no piso superior foi no salão principal, onde há vários painéis informativos e fotografias de outros grandes engenhos da ilha. Ali, a guia destacou principalmente o forro de madeira original que foi inspirado na decoração do Palácio de Versalhes.
Nessa sala há uma sacada interna com vista para o pátio onde ficavam as máquinas e os escravos e era nela que o senhor de engenho via tudo o que estava acontecendo.
Ainda dentro da casa, percorremos os demais cômodos como alguns quartos, corredor principal e sala de jantar.
De lá, seguimos para a parte externa novamente, onde a guia destacou que o casarão segue a arquitetura barroca lusitana, tem paredes em alvenaria de pedra e cal e também em taipa de pilão.
Já nos fundos, ficamos sabendo que a propriedade tem um reservatório de água localizado no alto das montanhas e que essa água é trazida até ao casarão através de um aqueduto, caindo em uma roda d’água que movimentava as máquinas.
E quando o reservatório se enche, dois canais levam essa água até o mar, cortando toda a fazenda. E o mais incrível é que todo esse conjunto ainda funciona. Infelizmente, não é possível visitar os reservatórios, mas o aqueduto e a roda d’água fazem parte do roteiro.
Ainda ali podemos observar o antigo pátio de trabalho com inúmeras máquinas usadas na produção açucareira e de cachaça.
Passamos pelo jardim, incluindo a área da piscina, e seguimos para um dos anexos, onde era feita a produção de cachaça.
Dentro do anexo, a guia Adriana nos contou como era feita a produção de cachaça e nos mostrou os grandes tonéis de madeira que armazenava até 20 mil litros casa. Ela também nos contou que as telhas de barro daquela construção foi feita pelos próprios escravos do engenho, que utilizavam suas coxas para moldar as telhas. Com isso, cada um desses escravos deixou a sua própria assinatura nelas.
E assim, depois de cerca de 30 minutos, chegamos ao fim da visita guiada pela Fazenda Engenho D’Água.
A guia se despediu e nos deixou livres para conhecer a parte externa da propriedade, como seus gramados e vegetação, e nos indicou para tirar fotos nos veículos em exposição ao lado da entrada principal e que foram os dois primeiros em circulação na cidade. Legal, né?! 😍
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Informações importantes
Aberto de segunda a segunda, das 10h às 17h.
Endereço: Avenida Pedro de Paula Moraes, S/N, Engenho D’Água – Ilhabela/SP.
- Entrada gratuita.
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Melhor época para ir
A melhor época para visitar Ilhabela depende dos seus interesses e condições, mas por ser um lugar repleto de lindas praias e muitas atividades na natureza, dias com o tempo aberto e com boa temperatura são mais recomendados.
– Verão (Dezembro a Fevereiro): Esta é a alta temporada em Ilhabela devido às férias escolares e ao clima quente, com as temperaturas variando entre 25°C e 30°C. É o momento ideal para desfrutar das praias, atividades aquáticas, como mergulho e passeios de barco, e para participar de eventos locais. Em compensação, os valores costumam ficar mais elevados e as praias e o transito, em determinados locais, ficam saturados.
– Outono (Março a Maio): Esta é uma ótima época para visitar Ilhabela, pois as temperaturas começam a diminuir um pouco e a ilha fica menos lotada em comparação com o verão. Você ainda poderá aproveitar a maioria das atividades, incluindo trilhas e praias, sem o calor intenso.
– Inverno (Junho a Agosto): Os meses de inverno são os mais frios em Ilhabela, com temperaturas médias em torno de 18°C a 23°C. Essa pode ser uma época tranquila para visitar, ideal se você prefere evitar multidões. No entanto, algumas atividades aquáticas podem ser limitadas devido às condições climáticas mais frias e a possibilidade de chuva.
– Primavera (Setembro a Novembro): A primavera é outra boa época para visitar Ilhabela. As temperaturas começam a subir gradualmente, e a ilha fica mais verde e exuberante após a estação mais fria. É um momento agradável para explorar as trilhas e praias, com menos turistas em comparação com o verão.
Lembre-se de que o clima pode variar, e é sempre uma boa ideia verificar a previsão do tempo antes de sua viagem.
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Onde se hospedar
Ilhabela oferece uma variedade de opções de hospedagem para atender diferentes gostos e orçamentos. Além disso, a escolha da região da ilha para se hospedar interfere no tipo de experiência que você procura e das atividades que pretende fazer:
– Vila (Centro Histórico): A Vila é o centro histórico de Ilhabela, conhecido por suas ruas charmosas, restaurantes, lojas e vida noturna agitada, com muitos bares e restaurantes. Ficar na Vila permite fácil acesso a essas comodidades, além de estar próximo ao píer de balsas e à Marina. Também permite fácil acesso as demais partes da ilha.
– Praias do Sul: é no lado sul da ilha que estão algumas das praias mais badaladas, como Praia do Curral, Praia Grande e Praia do Julião. Justamente por isso, há uma boa variedade de hospedagens de luxo com vistas deslumbrantes.
– Praias do Norte: As praias do norte, como Praia do Perequê e Praia do Viana, são áreas onde você encontrará opções de hospedagem mais acessíveis. Elas também têm fácil acesso ao centro e a várias atividades, tornando-as uma boa escolha para quem quer equilibrar preço e conveniência.
– Praias do Leste: se hospedar no lado leste da ilha é ter um contato direto com a natureza, idela para quem gosta de explorar a mata atlântica e deseja um ambiente mais tranquilo e relaxante.
Considerando as diferentes partes da ilha, deixo abaixo algumas opções para vocês:
– Galápagos ApartHotel: localizado na Praia do Pereque, oferece restaurante, bar, jardim, piscina ao ar livre, terraço e quartos com cozinha e ar-condicionado. Há café da manhã continental.
– VELINN Pousada 8 Ilhas: localizada no extremo sul da ilha, a pousada oferece quartos com varanda térrea, ar-condicionado, frigobar e alguns com banheira de hidromassagem. Há café da manhã incluído.
– Solar Ilha Bela: localizada a apenas 500m da Cachoeira da Água Branca, oferece chalés independentes com ar-condicionado e algumas unidades com varanda térrea.
– Vila Siriúba Hotel: localizado na Praia da Siriúba e a 200 metros da Praia do Viana, o hotel oferece acomodações com ar-condicionado e acesso a um jardim com piscina ao ar livre. Algumas unidades incluem cozinha com geladeira, forno e micro-ondas. Há café da manhã.
– Pousada Maria Felipa: localizado próximo a Praia do Perequê, oferece terraço ao ar livre com piscina, jardim e lounge compartilhado. Há café da manhã.
Lembre-se de verificar a disponibilidade, preços e outras informações relevantes diretamente com as acomodações.
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Olá Rafael,
Boa Noite!
Seu roteiro foi fundamental para uma excelente!
Eu já conhecia a Ilha, fui por diversas vezes, porém enxerguei de outra forma!!!
Parabéns continue nos presenteando com duas belas postagens!!
Abraços,
DenielCastro