O que ver e fazer na magnífica Praça de São Marcos em Veneza

Napoleão Bonaparte disse uma vez que a Praça de São Marcos (Piazza San Marco) era a “sala de estar mais elegante da Europa”. E depois de visitá-la, você entende perfeitamente o porquê. Seu design retangular e seus imponentes edifícios foram no passado vitrine para a aristocracia da cidade e se tornaram um legado secular de Veneza como uma poderosa república marítima. Atualmente, a Praça de São Marcos é o epicentro de Veneza – quase tudo na cidade gira em torno dela – e abriga suas maiores atrações.

  • História

Construída no século IX em frente à Basílica de São Marcos e ao Palácio Ducal, a praça foi ampliada no século XII, com a construção de uma passagem até um canal e uma doca. No século XVI, durante o saque de Roma, Jacopo Sansovino fugiu para Veneza e construiu a adorável Loggetta del Sansovino, usada como sala de espera do Palácio Ducal. A Piazza foi pavimentada com tijolos em um padrão único de espinha de peixe. Mas em 1735, os blocos de terracota foram substituídos por pedra natural.

A praça é o ponto mais baixo de Veneza, portanto, quando há Acqua Alta (temporada de marés altas na Lagoa de Veneza)é o primeiro local a ser inundado. Quando isso acontece, as autoridades colocam passarelas de madeira para os moradores e turistas circularem.

É também a única praça de Veneza com o título de “piazza” (as outras são chamadas de “campo” ou “piazzetta”).

  • O que ver e fazer na Praça

No verão, a praça está sempre cheia de turistas e o inverno, embora o tempo seja úmido e frio,  faz a região ficar muito romântica. Com isso, independente da época do ano você visite, sempre haverá coisas para ver e fazer e aqui estão algumas de suas atrações:

  • Basílica de São Marcos

A Basílica de São Marcos (Basilica di San Marco) é uma das catedrais mais impressionantes e complexamente projetadas do mundo e não é de admirar que desde que os restos de São Marcos foram levados à Veneza no ano 829, essa seja a principal atração da cidade. O Pure Venetian, estilo arquitetônico da igreja, abrange influências bizantinas, islâmicas e da Europa Ocidental, e possui mais de 500 colunas e 85.000 pés quadrados de intrincados mosaicos dourados que adornam o portal principal e o interior de suas cinco cúpulas.

No interior, o Museu da Basílica contém uma fascinante coleção de tapetes, liturgias e tapeçarias, juntamente com os cavalos de bronze de San Marco, trazidos de Constantinopla durante a 4ª Cruzada. Há também um magnífico retábulo bizantino dourado conhecido como Pala d’Oro, um piso de mármore embutido e relicários e ícones de ouro do Tesouro de São Marcos.

Conheça outras impressionastes igrejas de Veneza aqui.

  • La Piazzetta

Esta encantadora praça anexa forma um amplo passeio entre o Grande Canal e a Piazza di San Marco. À beira-mar, as áreas pavimentadas próximas ao cais são adornadas por duas colunas do século XII. No topo de cada uma está uma estátua dos dois santos padroeiros de Veneza, que ali foram instalados para proteger a cidade: São Marcos, na forma de um leão alado, e São Teodoro.

  • Procuratie e Ala Napoleônica

São Marcos é ladeada por Procuradorias (Procuraties), três grandes edifícios conectados que trazem elegância, simetria e harmoniosidade à praça e que eram os antigos escritórios dos procuradores, os principais funcionários da antiga República de Veneza. O mais antigo deles é a Procuratie Vecchia, construída entre 1480 e 1517.

Em 1582, quando a Procuratie Vecchie se tornou muito pequena para suas funções, a Procuratie Nuove foi iniciada no lado oposto da Piazza, projetado para se harmonizar com o anterior. Entre 1805 e 1814, Napoleão, que se proclamou rei da Itália, viveu na Procuratie Nuove sempre que visitava Veneza. E foi Napoleão quem ordenou a construção de um terceiro edifício conectando os outros dois e que ficou conhecida como Ala Napoleônica.  Esses três edifícios são um ótimo exemplo da arquitetura veneziana do Renascimento, com arcadas ao longo de suas fachadas. Hoje, eles abrigam o Museo Civico Correr, o Museo del Risorgimento e o Museo Archeologico.

As três Procurações rodeando a praça
  • Museu Correr

Um dos 11 museus cívicos de Veneza, seu nome faz homenagem à Teodoro Correr, descendente de uma das mais antigas e ricas famílias venezianas, que doou em 1830 a sua coleção de obras de arte à cidade. Atualmente, o Museu Correr ocupa os andares superiores do edifício que era a Ala Napoleônica e exibe uma maravilhosa coleção de arte veneziana e artefatos históricos.

Entrada do museu
  • Museo del Risorgimento

O Museo del Risorgimento ilustra a luta de Veneza contra a Áustria, a Revolução de 1848 liderada por Daniele Manin, a união com o reino da Sardenha-Piemonte em 1866 e a subsequente unificação da Itália.

  • Museu Arqueológico Nacional

Fundado em 1523 pelo cardeal Domenico Grimani, o Museo Archeologico conta a história de Veneza: uma cidade de arte, vidro, cerâmica e joias. Localizado em frente à Piazzetta, possui uma variedade de artefatos gregos, egípcios, assírios e babilônicos, além de achados arqueológicos pré-proto-históricos. Há também uma impressionante coleção de obras do século XVI, adquiridas ao longo dos séculos pela nobreza veneziana.

  • Café Florian

Os pisos térreos das Procuraties abrigam muitos cafés elegantes com mesas ao ar livre. Aberta em 1720, a Florian é considerada a mais antiga cafeteria em operação contínua do mundo. Já seu nome foi inspirado em seu primeiro proprietário, Floriano Francesconi. Mas esteja preparado para gastar alguns Euros, porque os produtos no café mais famoso desta praça icônica não sai barato.

  • Torre dell’Orologio

Outro ícone veneziano na Piazza San Marco, a Torre do Relógio foi projetada e construída entre 1496 e 1499 por Mauro Codussi, provavelmente para harmonizar o final da Procuratie Vecchie. É um típico exemplo da arquitetura renascentista veneziana, embora o mosaico de estrelas douradas brilhando sobre um fundo azul e o Leão de São Marcos tenham sido adicionados em 1755 por Giorgio Massari. Os dois mori de bronze no terraço, que tocam a campainha para marcar as horas, foram feitos por Paolo Ranieri enquanto a torre ainda estava em construção (você pode subir a torre para ter uma visão mais próxima dessas duas figuras).

O grande relógio que dá nome à torre também foi criado por Ranieri e seu filho, e mostra as horas, as fases da lua e os signos do zodíaco.

O leão de São Marcos abaixo do sino é apenas uma das dezenas deste ícone em Veneza. O leão se tornou o símbolo da cidade em 828 d.C., quando as relíquias do santo foram trazidas aqui de Alexandria.

  • Biblioteca Nacional Marciana

A Biblioteca Nacional Marciana, também conhecida como Biblioteca Nacional de São Marcos ou Libreria Sansoviniana é a obra-prima de Sansovino, o arquiteto e escultor que trabalhou entre 1536 e 1553 na cidade. Representa o verdadeiro ponto de virada da arquitetura veneziana e a ruptura final com a Veneza Gótica, já que a partir de então, quase todos os novos edifícios, especialmente os palácios, foram modelados assim.

O edifício contém salas de exposição decoradas com afrescos de Ticiano, medalhões de teto de Veronese e retratos de Tintoretto. Nas exposições, você encontrará uma incrível coleção de gemas, caligrafias e livros. Acredita-se que abriga a maior coleção de textos clássicos do mundo. Não só isso, mas é um dos mais antigos depositários públicos de manuscritos da Itália que ainda existe.

  • Campanário

O magnífico Campanário da Basílica de São Marcos foi construído no canto da arcada da Procuratie Nuove, ligando a Piazza e a Piazzetta. Estrutura mais  alta de Veneza, o Campanário é tão alto que foi usado como um farol para guiar os navios para casa. Foi iniciada no século X e concluída no século XII, mas seu teto pontiagudo e pináculo dourado não foram adicionados até o século XV. Em 14 de julho de 1902, a torre desabou sobre praça em uma pilha de escombros, mas sem causar vítimas. Em 1912, ela foi cuidadosamente reconstruída à sua altura original de 98,6 metros.

Na Idade Média, o campanário também era usado como pelourinho: os transgressores – incluindo adúlteros e padres renegados – eram confinados em uma gaiola e içados a meio caminho da torre. Essa punição podia durar várias semanas. Hoje em dia, um elevador leva você até um mirante no topo da torre para ter vistas espetaculares da cidade com seus canais, suas ilhas e lagoas.

Saiba tudo sobre como visitar o Campanário aqui.

Loggetta

A incrível vista do alto do Campanário
  • Palácio Ducale (Palácio dos Doges)

Esse impressionante palácio construído em estilo gótico veneziano é um dos principais marcos de Veneza e um dos maiores ícones arquitetônicos do mundo. O palácio era a residência do Doge de Veneza, autoridade suprema da antiga República Veneziana. Foi fundado em 1340, tendo sido ampliado e modificado nos séculos seguintes. Tornou-se um museu em 1923 e é um dos 11 museus administrados pela Fondazione Musei Civici di Venezia.

Há muito para ver nele, portanto, quando você visitar, reserve bastante tempo para explorar, já que o interior do palácio é repleto de opulentas salas decoradas e pintadas por importantes artistas venezianos.

É possível também visitar a antiga prisão em anexo ao palácio. No início do século XVII, o arquiteto Antonio Contin acrescentou as “Prigioni Nuove” (Novas Prisões) ao complexo. A ligação entre o Palácio e a Prisão era feita através de uma ponte,  a Ponte dos Suspiros – diz a lenda que a ponte tem esse nome porque os presos ao atravessá-la davam seus últimos suspiros antes de ali serem trancafiados.

Ponte dos Suspiros

Uffa, bastante coisa para se visitar na praça, né!? 😍

  • Dicas para visitar a Praça de São Marcos:

– É proibido comer e beber na praça (a não ser nas mesas pertencentes aos cafés e restaurantes), além de jogar lixo ou dar comida aos pombos.

– Economize tempo comprando o San Marco Square Museum Pass. O passe inclui a entrada no Palácio Ducal, no Museu Correr, no Museu Arqueológico e na Biblioteca Nazionale Marciana, sendo ideal para viajantes que visitam Veneza por um ou dois dias.

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