Quando você ouvir o nome Copacabana, certamente sua mente o transportará para a imagem da famosa praia do Rio de Janeiro. Mas há outra Copacabana no mundo e bem pertinho de nós. Também com praia e sol, embora com águas mais frias: é a cidade de Copacabana, na província de Manco Kapac na Bolívia.
Localizada a 150 quilômetros de La Paz e às margens do Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo, Copacabana tem clima mochileiro, místico e alternativo, com uma história riquíssima e cheia de lendas – acredita-se, por exemplo, que a Civilização Inca surgiu nessa região.
Ponto de parada obrigatório para quem vai da Bolívia para Cusco de ônibus, Copacabana é também pequena e aconchegante – são pouco mais de 3.000 habitantes. Mas não se engane, apesar do tamanho, há muitas coisas para ver e fazer aqui.
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História
Copacabana é a maneira castelhana de dizer Kotakahuana. Kota quer dizer “clara, serena e alegre” e kahuana significa “lugar confortável que oferece uma bela vista”. Este era o nome de um local de culto Inca nas margens do Lago Titicaca e que mais tarde foi transformado em um local de culto cristão.
Segundo a lenda mais famosa da região, um dia, o Deus Inti (o sol) estava observando a terra e seus habitantes, mas não ficou muito feliz com o que viu. Homens e mulheres viviam em um estado de selvageria total e não conheciam ou possuíam qualquer tipo de conhecimento que os ajudasse a prosperar e viver entre eles.
Com isso, o Deus Inti começou a trabalhar e decidiu ter dois filhos para ensinar aos habitantes da região o conhecimento necessário para criar uma civilização. E assim ele criou Manco Capac e Mama Ocllo em uma ilha do lago Titicaca. Seu pai, o Sol, disse que eles podiam ir aonde quisessem, mas, em troca, Manco e Mama tiveram que afundar uma vara de ouro onde o Pai do Sol queria estabelecer sua corte.
Logo os ensinamentos de Manco e Mama começaram a dar frutos, então o Deus Sol decidiu criar uma cidade para ser o berço de seu império: era assim que a lendária cidade de Cusco nasceria e se iniciaria a civilização Inca, mas isso é outra história.
Já os incas da região do Titicaca adoravam essa deusa chamada de Kotakahuana, uma das mais antigas representações da Virgem Maria no continente. Porém, quando os espanhóis chegaram e conquistaram essas terras, a imagem da deusa foi adaptada. Surgia assim a Virgem de Copacabana e, consequentemente, a cidade de Copacabana, em sua homenagem.
No século XIX, comerciantes locais levaram para o Rio de Janeiro uma réplica da Virgem de Copacabana e a instalaram em uma pequena igreja improvisada. A paróquia cresceu e o bairro passou a ser chamado de Copacabana em homenagem a santa. Curioso ver como a nossa história está ligada a deles, né?! 😍
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Atrações em Copacabana
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Basílica de Copacabana
Maior e mais visitado templo católico da Bolívia, a Basílica é dedicada à Virgem de Copacabana, uma das padroeiras do país e uma das representações de Maria mais devotadas de toda a América Latina. O grandioso templo em estilo barroco foi construído em 1601, fazendo dela também uma das mais antigas igrejas do país.
Segundo a lenda, a imagem original da Virgem de Copacabana havia sido esculpida em um cacto, em 1583, pelo sobrinho do imperador inca Huayna Capac, sendo uma das poucas imagens com traços indígenas existentes.
Não é permitido fotografar no interior da basílica.
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Plaza 2 de Febrero
Localizada bem em frente a basílica, essa é a principal praça de Copacabana e foi em torno dela que a cidade colonizada pelos espanhóis se expandiu. Nela, é realizada uma famosa feira que vende produtos diversos.
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Cemitério Geral
Se você é, assim como eu, um apaixonado por arte tumular, visitar o pequeno cemitério da cidade pode ser interessante. Destaque para a pequena capela.
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Cerro el Calvario
É do alto dessa colina que se tem a mais bela vista de toda a cidade, que parece um grande e colorido jogo de Lego vista de cima. Mas se prepare, pois a subida até o topo, apesar de não ser tão longa, é bem cansativa devido a altitude – afinal, estamos há mais de 4 mil metros acima do nível do mar.
A subida é feita por escadas e ao longo do trajeto estão as representações das 14 estações da Via Crucis (Via Sacra). No final, há vários oratórios e uma pequena feira popular.
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Lago Titicaca
Maior e mais alto lago navegável do mundo (8.300 km² e está a 3.821m acima do nível do mar) o Titicaca tem ao todo 41 ilhas e suas águas e vilarejos ao redor são repletas de histórias e lendas. Navegar pelo lago é um dos passeios mais legais de se fazer na região.
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Isla del Sol
Repleta de belezas naturais, sítios arqueológicos e cenário de muitas histórias e lendas andinas – além da fama de ser uma ilha mística – a Isla del Sol é sem dúvidas um dos lugares mais fantásticos e mágicos que já visitei, com paisagens de encher os olhos.
É possível se hospedar na ilha ou visitá-la em apenas um dia – saiba tudo sobre como visitar a Isla del Sol clicando aqui.
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Isla de la Luna
Sua principal atração é o Inakullu ou Templo da Lua, também conhecido como Templo das Virgens, do qual parte das fachadas que circundam a esplanada onde as cerimônias foram organizadas ainda são preservadas. A ilha é pequena e as visitas a ela geralmente são conciliadas com a Isla del Sol.
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Porto de Copacabana
Pequeno e bagunçado, é do Porto de Copacabana, às margens da Avenida Costanera, que saem os barcos que vão até Isla del Sol e Isla de la Luna. É um ótimo lugar também para observar o estilo de vida dos pescadores da região.
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Avenida Costanera
Essa importante avenida que circula o Titicaca no perímetro urbano da cidade tem vários restaurantes e hotéis famosos. Um dos pontos mais interessantes da avenida é a Praça Eduardo Avaroa, com um monumento ao principal herói da Bolívia na Guerra do Pacífico.
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Igreja del Señor de la Cruz de Colquepata
Essa pequena capela fica localizada em uma das entradas do Cerro el Calvario e dá início ao caminho das 14 estações da Via Crucis.
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Praia de Copacabana
Tudo bem que essa praia em nada se compara a praia carioca, mas visualmente, tem seus encantos. Infelizmente as margens são sujas e as águas geladas. Mesmo assim, quando há sol, as areais são um bom lugar para curtir o clima andino e também se esquentar um pouco.
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Como chegar em Copacabana
Eu vim direto de La Paz. No Terminal Rodoviário de La Paz existem várias empresas que fazem o trajeto entre as duas cidades, por isso, compare preços e pechinche, se o deixarem, porque os bolivianos não estão tão abertos a barganhar com estrangeiros, embora os preços sejam variáveis.
Eu embarquei no bus por volta das 8h da manhã e a jornada deveria ter durado três horas e meia, mas no final terminou em quatro horas e meia, devido a obras na rodovia que liga La Paz a El Alto e que causaram trânsito.
Uma observação importante é que cerca de 45 minutos antes de sua chegada a Copacabana, o ônibus atravessara o Estreito de Tiquina em uma balsa. Este estreito é o que separa o Titicaca em dois grandes corpos d’água.
Neste trecho, todos os passageiros devem descer do ônibus e atravessar o lago em um barco velho e super cheio que custou 2 bolivianos (pagos à parte). A teoria é que o ônibus não pode atravessar a balsa com pessoas dentro, pois o risco de afundamento é grande – mas tive a impressão que iria afundar do mesmo jeito no barco de passageiros 😰 haha.
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Quanto tempo ficar
Copacabana é pequena e fácil de se locomover – as atrações ficam todas ao redor do Titicaca. Eu fiquei 2 dias na cidade, sendo um dedicado apenas a Isla del Sol. Já no outro dia, conheci as demais atrações com calma. Mas se você tiver apenas um dia em Copacabana, priorize a Isla del Sol e o Cerro el Calvario.
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Onde ficar
Sendo um destino turístico popular e caminho para quem segue à Cusco, no Peru, Copacabana oferece uma grande variedade de acomodações, de muito econômicas a algumas de categoria superior.
Eu fiquei no Hotel Mirador del Lago, localizado na avenida Buch, quase em frente ao Titicaca. Duas diárias para um quarto duplo saiu por cerca de 35 bolivianos, incluindo um delicioso café da manhã.
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O clima na cidade
Devido a alta altitude, as temperaturas em Copacabana são sempre amenas, mas enfrentam variações ao longo do dia. Quando fui, em janeiro de 2017, chovia muito a noite e pela manhã e fazia muito frio, mesmo sendo “verão” no hemisfério sul. De dia, quando o sol saia, esquentava o suficiente para tirar os casacos. Por isso, vá preparado para enfrentar as 4 estações.
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