A região dos Lençóis Maranhenses guardam inúmeras belezas naturais além de suas impressionantes dunas e lagoas. E uma delas é o rio Preguiças, que nasce no município de Anapurus e percorre mais de 120 km até desaguar no Oceano Atlântico, em frente ao povoado de Atins. Principal rio de Barreirinhas e localidades vizinhas, o Preguiças é uma importante fonte de alimento, recursos hídricos e renda da população local, além de ser via de locomoção para diversas comunidades ribeirinhas. Nos últimos anos, o rio Preguiças se tornou também um dos pontos turísticos mais famosos e concorridos não apenas da região, mas de todo o Maranhão.
Estando em Barreirinhas, principal cidade dos Lençóis Maranhenses, é possível encontrar passeios pelo rio Preguiças em praticamente todas as agências de turismo. Eu fiz com a G.I Conect por R$ 70,00 (valor referente a fevereiro de 2018) e recomendo bastante. Além do rio, que é a principal atração, o passeio incluiu três paradas: o povoado de Vassouras, onde se localizam os Pequenos Lençóis; o povoado de Mandacaru, onde fica o Foral Preguiças; e a praia de Caburé, onde o rio encontra o mar.
E por ser um passeio longo, que dura entre 5 e 6 horas, a maioria das agências inicia o tour logo pela manhã e no meu caso não foi diferente. Um carro 4×4 da agência me pegou na pousada onde estava hospedado por volta das 8h (fui o último a embarcar) e nos levou até um pequeno cais que fica localizado nos fundos de uma outra agência de turismo, a São Paulo Ecoturismo. Existem outros cais ao longo do rio Preguiças e são deles que partem os passeios de barco e também de onde são feitas as travessias para o parque dos Lençóis.
O trajeto é cercado pela vegetação típica da região, constituída de palmeiras, mangues e dunas. Há também a possibilidade de ver alguns animais, como macaquinhos e aves, tudo muito lindo de se ver.
O passeio é feito em uma lancha voadeira, muito tradicional na região e que balança bastante, fazendo a experiência ficar ainda mais emocionante. O condutor da lancha também faz o papel de guia, nos mostrando alguns pontos de interesse ao longo do trajeto e contando algumas histórias da região, como a origem do nome do rio, Preguiças. Mas ao fazer as 3 paradas, o guia nos deixou livres para fazermos nosso próprio roteiro, frisando apenas para ficarmos atentos ao horário de retorno à lancha.
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Vassouras
Cerca de 45 minutos após a partida no centro de Barreirinhas, fazemos nossa primeira parada no pequeno povoado ribeirinho de Vassouras, mais precisamente na Tenda dos Macacos, que como o próprio diz, tem uma grande concentração de macacos-prego soltos na mata, sendo possível alimentá-los. Apesar de fofinhos, é bom ficar atento com os objetos pessoais, pois é comum eles pegarem óculos, celulares, carteiras e até mesmo abrirem bolsas e pegar o que tiver dentro.
É nesse povoado que se localizam os Pequenos Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas e lagoas que tem esse nome por serem bem menores que o parque nacional, mas que são tão impressionantes quanto. A parada em Vassouras é rápida – não chega a meia hora – mas para quem tiver mais tempo, o povoado conta com alguns restaurantes, além de lojas de artesanato.
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Mandacaru
Partindo de Vassouras, em 20 minutos chegamos a Mandacaru, outro povoado ribeirinho situado as margens do rio. Aqui, o condutor pediu para não andarmos descalços, ao contrário do povoado anterior, pois a areia além de ser mais grossa, era suja. Assim que saí da lancha, corri para o maior atrativo do povoado, o Farol de Mandacaru, também conhecido como Farol de Preguiças. Construído em 1920 pela Marinha do Brasil, que ainda o administra, o farol tem 46 metros de altura e proporciona uma fantástica vista 360°graus da região, onde é possível avistar Caburé, o rio Preguiças e toda a Mandacaru. Mas se prepare, pois para chegar no alto do farol – que tem entrada gratuita – é preciso subir 160 degraus bem inclinados. Para evitar congestionamento de pessoas, o acesso ao farol é controlado – só sobe alguém quando uma outra desce – o que pode demorar um pouco.
O povoado também tem uma pequena praça central com duas igrejinhas e uma biblioteca pública, além de restaurantes, sorveterias e inúmeras lojas, com destaque para as que vendem artesanato e as famosas cachaças.
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Caburé
Chegamos em Caburé por volta das 11h e tivemos tempo livre até as 13h30, horário de retorno à lancha. Nesse tempo, aproveitei para conhecer os dois lados da península, tirar muitas fotos e admirar o clima de tranquilidade e paz. É impossível não relaxar nesse lugar mágico.
Caburé é sem dúvidas a praia mais famosa da região, não apenas por suas belezas naturais, mas por ser nela que as águas do rio Preguiças se encontram com as águas do Atlântico. E qual das duas é melhor para curtir um mergulho e aproveitar as praias, o rio ou o mar? Bem, parece ser unanimidade a vitória do rio, já que a areia é mais fina e branca e as águas são mais tranquilas (principalmente para quem não sabe nadar, como eu haha).
Caburé também tem um pequeno vilarejo de pescadores, com uma pousada e alguns restaurantes – na hora do almoço, quase todo o pessoal que estava nas lanchas foi para o mesmo restaurante (o Cabana do Peixe, maior restaurante de Caburé), mas o que o fez ficar lotado e os pedidos mais demorados. Por isso, acho que vale dar uma pesquisada nas opções disponíveis – eu mesmo não acompanhei o grupo e comi no restaurante ao lado, que estava uma delícia.
Por volta das 14h30, nosso grupo se encontrou em frente à lancha e voltamos para Barreirinhas, onde chegamos às 16h, no mesmo cais de onde partimos.
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