Construído pelos Cavaleiros da Ordem de São João sobre as ruínas de um castelo que remonta aos tempos normandos, o Forte de Santo Ângelo fica em um dos extremos de Birgu (Vittoriosa) uma das Three Cities, conjunto de antigas cidades fortificadas maltesas.
O forte forneceu segurança ao porto e também aos habitantes da área que o usaram como refúgio durante ataques frequentes. Mais tarde, foi usado pelo exército francês como sede, seguido pelo exército britânico e pela marinha britânica. Parcialmente destruído durante a II Guerra Mundial, o forte passou por obras de restauração nos últimos anos e, desde 2016, está aberto ao público como um museu.
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História
Quando os Cavaleiros da Ordem de São João desembarcaram em Malta, em 1530, eles encontraram neste local um castelo chamado Castrum Maris (Castelo à beira-mar), que existia desde o século XII e estava parcialmente em ruínas. Os Cavaleiros fizeram de Birgu sua sede principal e ergueram o Forte St. Ângelo no lugar do castelo para desempenhar um papel importante durante o Grande Cerco de 1565, repelindo o inimigo muitas vezes durante os três longos meses do conflito. Mas mesmo antes da construção do atual forte, sua localização sempre foi de grande importância devido à sua posição estratégica, às margens do Grand Harbour (Grande Porto). Estudos revelaram que a terra sobre a qual o forte foi construído estava em uso desde os tempos pré-históricos e continuou sendo usada ao longo dos tempos. De acordo com textos romanos antigos, um templo dedicado a Juno existia na mesma área.
O arquiteto militar Carlos de Grunenbergh reparou o forte em 1690, adicionando quatro baterias de canhão nas laterais, de frente para a entrada da Grand Harbour. Durante a ocupação francesa, o forte possuía um total de 80 armas. Já em 1800, o Exército Britânico colocou dois batalhões dentro do forte, passando mais tarde para a Marinha Britânica como base para a Marinha Real no Mediterrâneo. Durante a II Guerra Mundial, o forte foi atingido 69 vezes entre 1940 e 1943.
Anos depois, a construção tornou-se propriedade do governo de Malta depois que os britânicos deixaram as ilhas. Em 1998, o governo maltês entregou a parte superior do forte à Ordem dos Cavaleiros de São João por um período de 99 anos. Reformado, ele foi aberto ao público e rapidamente se tornou uma das atrações mais interessantes de Malta.
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O forte é assombrado?
Segundo a crença popular, o Forte Santo Ângelo é lar de uma série de fantasmas. A história mais conhecida delas é a Dama Cinzenta, supostamente o fantasma de uma amante de Castellan De Nava. De Nava, um capitão aragonês siciliano que residia no então castelo no final do século XIII, queria se livrar de sua amante e ordenou que dois guardas a levassem par longe, mas a mantendo viva. Os guardas, porém, a mataram e enterraram seu corpo na masmorra. De Nava ficou furioso quando descobriu e matou os dois soldados.
Acredita-se também que os outros fantasmas que residem dentro do forte sejam as almas dos soldados otomanos executados durante o Grande Cerco de 1565.
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O que visitar no forte?
Apesar de não ser totalmente aberto ao público, já que algumas áreas ainda estão em funcionamento, há muito o que visitar dentro das muralhas do forte, a começar pelo grandioso portão principal, que ostenta o brasão de armas da Ordem de São João.
Entrando no forte, você subirá uma grande rampa até o segundo piso, onde ficam a recepção, a bilheteria e as informações turísticas. O ingresso convencional custa 8€ e você poderá escolher entre uma visita individual ou uma visita guiada em grupo.
Como não tinha muito tempo, acabei fazendo a visita por conta própria, optando pelo tour individual. Não há um circuito certo a seguir dentro do forte: apenas ande pelos seus corredores para descobrir os encantos e lugares secretos do lugar.
Eu comecei meu tour por um dos corredores subterrâneos do forte e que serviam como esconderijo para os soldados durante as batalhas. Hoje as salas exibem exposições.
Subindo para o andar superior, você saíra no grande pátio central, onde há exemplos impressionantes de artilharia.
Já os prédios localizados nesse pátio guardam exposições informativas que mostram uma imagem detalhada da importância do forte na rica história de Malta – uma das salas guarda uma réplica dos tradicionais barcos malteses, chamados de luzzu. Eles se tornaram um símbolo nacional, principalmente pela tradição de se pintar os Olhos de Osíris em ambos os lados da embarcação, pois acredita-se que eles podem protegê-los do perigo.
Ainda na parte superior há o Bastião D’Homedes. Construído durante o reinado de Juan de Homedes e Coscon, foi fortemente alterado a partir do século XVI, especialmente quando foi convertida em uma casa de pólvora. Parte do bastião foi destruído na II Guerra Mundial, mas os danos foram reparados na década de 1990.
Já na parte mais alta do forte está a Capela de Santa Maria, que mais tarde foi dedicada à Santa Ana.
Em uma das exposições, descobri que a importância do forte era tão grande que alguns grão-mestres da Ordem de São João foram originalmente enterrados em seu interior:
– Philippe Villiers de L’Isle-Adam (falecido em 1534)
– Piero de Ponte (falecido em 1535)
– Juan de Homedes e Coscon (falecido em 1553)
– Claude de la Sengle (falecido em 1557)
Mas possivelmente o maior atrativo do Forte de Santo Ângelo são as vistas panorâmicas sobre a Grand Harbour e as cidades que o rodeiam.
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Como chegar
O forte fica localizado no extremo da cidade de Birgu, uma das The Three Cities e chegar a essa cidade de ônibus é fácil – a viagem a partir de Valletta dura apenas 15 minutos através das linhas de ônibus 2 ou 4. No entanto, não há linhas diretas de outras localidades populares da ilha, portanto, se você não estiver em Valletta, primeiro precisará pegar um ônibus até lá.
Como alternativa, uma maneira mais cênica e elegante de chegar à Birgu é através de balsa ou de táxi aquático (estilo gôndola veneziana!). A travessia leva uns 7 minutos e os barcos partem da orla marítima de Valletta.
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Localização
Endereço: Xatt l-Assedju l-Kbir 1565, Birgu – Malta.
Tel: +356 25 401 800
Horário de visitas:
Segunda a Domingo: 09h00 – 17h00
Última entrada: 16h30
O forte não abre em 24, 25 e 31 de dezembro, 1 de janeiro e sexta-feira santa.
Taxas de entrada:
Adultos (18 a 59 anos): 8,00 €
Jovens (12 – 17 anos), Idosos (60 anos ou mais) e Estudantes: 5,00 €
Crianças (dos 6 aos 11 anos): 3,00 €
Bebês (1-5 anos): Grátis
Vai viajar para Malta? Esse post é perfeito pra você.