Buenos Aires: impressões, fotos e dicas da minha primeira viagem internacional

Assim como boa parte dos brasileiros que sonham em sair do Brasil pela primeira vez, Buenos Aires foi o meu ponto de partida.

A escolha da cidade se deu pela proximidade, os preços relativamente baixos se comparado com destinos que tem o dólar ou o euro como moeda e o idioma consideravelmente mais fácil. Isso sem falar nas inúmeras atrações que, através de fotografias, sempre me deixavam com os olhos brilhando. Pessoalmente então, nem se fala *_*

Caminito

Estive visitando a capital argentina entre os dias 17 e 21 de janeiro de 2016, onde comi muito😋, dancei tango, cai em um golpe 😰 e pude apreciar e curtir as principais atrações portenhas, seguindo sempre o lema ”bom e barato”. No geral, achei Buenos Aires uma cidade acessível, limpa e organizada, com uma arquitetura fantástica, cheia de vida e com um cenário cultural vibrante.

Veja o meu roteiro de 3 dias por Buenos Aires.

O moderno e vibrante bairro de Puerto Madero

  • A ida

Depois de uma noite em claro devido a uma crise de ansiedade incontrolável haha, Eu e o Danilo, meu companheiro de viagem, decolamos do Aeroporto de Viracopos em Campinas (onde moro) às 07h50 e chegamos em Buenos Aires por volta das 15h30 de um domingo, depois de uma escala de quase duas horas em Brasília, com uma sensação muito gostosa de curiosidade e alegria.

Eu e o Dan no Aeroporto de Viracopos antes do embarque: ansiedade e animação

Voamos com a Gol, onde compramos um pacote pela Decolar (passagem + hotel por cerca de R$1.200,00 já com impostos inclusos). Descemos no Aeroporto Internacional de Ezeiza, localizado nos arredores de Buenos Aires (32 km da capital) e que é o mais movimentado do país.

Achei as placas informativas confusas e existem muitos corredores que não levam a lugar nenhum, ou seja, nosso primeiro perrengue em terras argentinas foi tentar achar a saída do aeroporto 😅.

Para chegar em Buenos Aires, optamos em pegar o fretado da Tienda Leon que faz a ligação entre Ezeiza e Puerto Madero por 95 pesos, um valor relativamente baixo se comparado com os táxis credenciados que encontramos (não existia Uber na época hehe).

O caminho pela rodovia foi bem tranquilo e não pegamos transito algum (talvez pelo fato de ser domingo) e em cerca de 40 minutos já estávamos avistando os prédios da capital no horizonte.

Arquitetura imponente na região da Plaza de Mayo

  • Segurança e o golpe da tinta verde

Chegando na agência da Tienda Leon em Puerto Madero, ao invés de pegarmos um táxi, fomos tentar achar a estação de metrô mais próxima para irmos até o nosso hotel, pois sairia mais barato.

Enquanto estávamos tentando encontrar a entrada da estação San Martin, na região da Torre Monumental, eis que eu e o Danilo caímos no famoso golpe da tinta, no qual uma pessoa (no nosso caso uma mulher) joga uma tinta verde nas suas costas e aparece do nada dizendo que o passarinho fez coco em você e começa a te ajudar a limpar.

Nisso, uma aglomeração de pessoas se junta ao seu redor e ao te distrair, rouba suas malas e objetos que estão nos bolsos. E foi realmente isso que aconteceu 😢. Em um segundo, minha mochila já não estava mais ao meu lado e com isso as pessoas começaram a se afastar. Tudo muito rápido e ser deixar rastros. Foi um momento de distração absurda e que me causou grande prejuízo.

No desespero, não sabia o que fazer e como estávamos com outras malas, atravessamos a rua e fomos até a Estação Retiro que ficava em frente, onde informamos o ocorrido aos policiais.

Dentro da estação, nos levaram em uma sala e um coordenador da segurança veio nos ajudar. Não sabíamos falar espanhol e eles o inglês, então nos viramos no portunhol. Ele nos disse que esse tipo de golpe é comum na cidade e que poderíamos até prestar queixa, mas que não iríamos conseguir recuperar a mochila, no qual havia minha câmera fotográfica, meu óculos de grau e mais R$700 em espécie 😢 ou seja, minha primeira impressão da cidade foi uma das piores, sem dúvidas.

Com isso, cheguei a conclusão que o barato, algumas vezes, acaba sim saindo caro e que realmente não podemos ficar desatentos, principalmente nos lugares que não conhecemos. Eu estava deslumbrado com a minha primeira viagem internacional e acabei bobeando.

Decidi não dar queixa e ir direto para o hotel tentar relaxar um pouco. Apesar desse acontecimento, aparentemente a cidade é tranquila, principalmente nos bairros centrais, mas claro, vale a pena redobrar a atenção, principalmente em lugares com grande movimentação, pois pessoas mal intencionadas existem em qualquer lugar.

Algo que me chamou muito a atenção foi a grande quantidade de moradores de rua, principalmente na região do Congresso e no Caminito, o que deve ser um reflexo da forte crise que a Argentina passa há anos e que aumentou consideravelmente o número de pessoas vivendo na linha da pobreza.

Puerto Madero
O famoso Obelisco da Avenida 9 de Julho

  • Melhor época para ir

A melhor época para visitar Buenos Aires, capital da Argentina, depende das preferências individuais dos viajantes. Buenos Aires possui um clima subtropical úmido, com estações distintas. Aqui estão algumas informações sobre as diferentes épocas do ano em Buenos Aires:

Primavera (setembro a novembro): a primavera é uma época agradável para visitar Buenos Aires, já que as temperaturas são amenas, variando entre 15°C e 25°C, e há menos chuvas em comparação com o verão. É uma época em que a cidade fica florida, e há diversos eventos culturais e festivais acontecendo.

Verão (dezembro a fevereiro): o verão em Buenos Aires é quente e úmido, com temperaturas que podem chegar a 35°C, sendo janeiro e fevereiro os meses mais quentes do ano e com chuvas ao final do dia.

Outono (março a maio): o outono é uma das melhores épocas para visitar a cidade, já que as temperaturas variam entre 12°C e 22°C, menos turistas e preços mais baixos em hospedagem. É uma época ideal para explorar a cidade a pé, visitar parques e desfrutar das famosas cafeterias e restaurantes.

Inverno (junho a agosto): O inverno em Buenos Aires variam entre 7°C e 15°C, sendo um ótimo período para desfrutar de museus, tango e uma gastronomia deliciosa em lugares aconchegantes.


  • Hospedagem

Depois do furto, pegamos um táxi em frente a Estação Retiro e fomos até o hotel que havia reservado pela Decolar, o Complejo Tango Boutique Hotel, localizado no Bairro de Balvanera e que sem dúvidas foi uma das minhas maiores surpresas na cidade. Ele oferece um pacote que inclui aula de tango, jantar e show de tango.

Show de tango no Complejo Tango Cena Show

A rede hoteleira de Buenos Aires é bastante diversificada, com opções que vão desde hotéis econômicos até hotéis de luxo 5 estrelas, justamente por ser o centro financeiro e comercial da Argentina e ter uma rica oferta cultural e turística, o que atrai muitos viajantes a negócios e a lazer. Abaixo deixo algumas indicações bacanas para vocês:

Unique Executive Central: localizado no centro de Buenos Aires, ao lado da Plaza de La República, esse hotel boutique oferece quartos com pelo menos 26 m², além de TV a cabo, cofre, telefone e outras comodidades.

Up Hotel Recoleta: localizado a 100 m da Avenida Libertador oferece 38 quartos com banheiro privativo, TV a cabo, ar-condicionado e serviço de quarto.

Palermo Bridge: esse hotel conta com serviço de concierge, quartos antialérgicos, jardim e lounge compartilhado. Fica próximo dos Bosques de Palermo.

Ibis Buenos Aires Obelisco: localizado na Avenida Corrientes, a 400 metros do Obelisco de Buenos Aires, oferece bar no local, business center e quartos com ar-condicionado.

Alvear Art Hotel: localizado ao lado da histórica Plaza San Martín, esse hotel de luxo tem quartos com banheiros luxuosos revestidos em mármore, banheira de hidromassagem e roupa de cama de algodão egípcio. Tem spa, academia, bar e restaurante.

Lembre-se de verificar a disponibilidade, preços e outras informações relevantes diretamente com as acomodações.


  • Câmbio

A moeda oficial da Argentina é o peso argentino, que é bem desvalorizado perante ao real. Apesar de não recomendado, fiz a troca de real por peso no famoso câmbio paralelo da Calle Florida, centro da capital. A cada esquina da rua é possível encontrar alguém oferecendo câmbio, principalmente se você tiver cara de turista.

Apesar de ser um ato ilegal e ter um alto risco de se pegar alguma nota falsa, a cotação do real perante o peso é geralmente vantajosa neste esquema, mas é importante pesquisar – e a negociação é sempre feita em lugares inusitados, como no meu caso, onde fiz a troca dentro de uma banca de revistas e em uma sapataria.

Acredito também que não é vantajoso trocar todo seu dinheiro por pesos no Brasil – troque apenas alguns pesos para transporte e comida no aeroporto.

Plaza de Mayo, marco zero de Buenos Aires

  • Alimentação e compras

O quesito alimentação talvez tenha sido o que mais pesou no bolso, pois achei difícil encontrar opções boas e baratas nos bairros mais turísticos. A famosa carne argentina realmente é muito boa, mas é preciso pesquisar – os melhores restaurantes tem preços altos. Água, frutas e o famoso sorvete argentino em geral são itens que se convertidos, tem preços bem mais caros que no Brasil.

Uma boa saída na hora de economizar é comer as empanadas – baratas, elas são uma delícia e podem ser encontradas em qualquer lugar e a qualquer horário.

Um lugar que gostei bastante de comer foi na rede de fast food Mostaza, que tem preços convidativos e lanches saborosos.

Lugares turísticos, como o Café Tortoni, são belíssimos, mas caros e super concorridos (a espera para conseguir uma mesa pode chegar a horas dependendo do dia.

Combo do Mostaza
Macarrão a bolonhesa (60 pesos) e costela com purê (110 pesos) no Restaurante Harmony, na avenida de Mayo: o atendimento foi bom, mas a comida estava sem sabor.
Café Tortoni, um dos mais famosos da cidade

Roupas e lembrancinhas no geral também tem preços astronômicos na maior parte da cidade – a inflação é enorme na Argentina – então vale pesquisar bastante antes de comprar. Já os eletrônicos, bem, já foi a época que valia a pena ir buscar tais mercadorias no país vizinho.


  • Transporte

Se a alimentação em Buenos Aires é cara, em compensação, o transporte público é extremamente barato e eficiente.

Fiz a maior parte dos passeios a pé ou utilizando ônibus e metrô, chamado localmente de subte. Inclusive, o Metropolitano de Buenos Aires é o mais antigo da América do Sul, inaugurado em 1913, se tornando um marco da modernidade e progresso do país, que era um dos mais ricos na época. Com isso, suas estações são, no geral, bem antigas, mas ligam os principais bairros turísticos da cidade.

A cidade também conta com um eficiente serviço de transporte fluvial para outras cidades do litoral argentino, assim como para as cidades uruguaias de Montevidéu e Colônia do Sacramento, através das empresas Buquebus, Colonia Express e Seaca.

Veja Como ir de Buenos Aires para Colônia do Sacramento nesse post do @mundoviajantee.

Os ônibus da capital portenha
Transito intenso na Avenida del Libertador

  • A minha volta

Apesar de termos chegado por Ezeiza, nossa volta ao Brasil foi feita a partir do Aeroporto Jorge Newbery, popularmente conhecido como Aeroparque. Uma corrida de táxi de Balvanera até ele saiu por 120 pesos e o motorista era super curioso e ficou perguntando um monte de coisas pessoais haha, além de elogiar muito o Maurício Macri, presidente argentino da época. Notei que não havia taxímetro, por isso, é sempre bom combinar a corrida antes, algo que não fiz.

O Aeroparque fica próximo da área central e é voltado para voos nacionais (apesar que a maioria dos voos para o Brasil e Uruguai partem dele). No segundo piso fica a praça de alimentação e as lojinhas (super caras, não recomendo comprar lembrancinhas no aeroporto). Na praça de alimentação, comemos uma pizza na Accademia Della Pizza e posso garantir que essa foi uma das pizzas mais gostosas que comi na vida – e o melhor é que não foi muito caro.

Depois de esperar bastante – chegamos no aeroporto às 17h e o voo era às 22h, embarcamos e demos adeus a capital portenha com um gostinho de quero mais.

Casa Rosada, residência oficial do presidente da Argentina
Floralis Generica

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