Passeio imperdível no Deserto do Atacama: Valle de la Luna e Valle de la Muerte

Pense em uma paisagem apocalíptica e que lembra a superfície lunar. Pois bem. Esses são o Valle de la Luna e o Valle de la Muerte, paraíso natural localizado no Deserto do Atacama com inúmeras dunas de areia, paredões de sal, montanhas, rochas de origem vulcânica e formas curiosas em meio a uma grande imensidão seca. Os fortes ventos da região ajudam a transformar esse cenário dia após dia. Curiosamente, rios e lagos já existiram aqui, que segundo pesquisas, se formou através do atrito de placas tectônicas há milhões de anos.

Geralmente realizados em conjunto, os dois vales formam o passeio mais famoso e concorrido do Atacama e as razões para isso são óbvias. Além de imensurável beleza, os vales são de fácil acesso e relativamente baratos.

Valle de la Luna
Formação rochosa “três marias”
Valle de la Muerte
  • Fechando o passeio:

A cidade base para conhecer essa e outras atrações do deserto é a pequena San Pedro de Atacama. O Valle de la Luna está a apenas 13 quilômetros do centro dessa cidade e é possível chegar aqui por conta própria através de carro, bicicleta, a pé (para quem tem mais disposição) ou comprar o passeio com uma agência de turismo.

Na cidade, é possível encontrar esse passeio em praticamente todas as agências, mas com valores bem diferentes entre si, então é sempre bom pesquisar – a maioria delas fica localizada na Calle Caracoles.

Depois de visitar mais de 5 delas, resolvi fechar o passeio para o Valle de la Luna com a Senda Mística, agência localizada na Calle Toconao, ao lado da Praça Central de San Pedro. O pacote custou 10 mil pesos chilenos por pessoa e incluiu transporte ida e volta compartilhado + guia bilíngue.

O tour guiado pelo Valle de la Luna é combinado com o Valle de la Muerte e quase sempre acontece no final da tarde, a fim de conciliá-lo com o incrível pôr do sol e também por proporcionar temperaturas mais amenas (nosso corpo agradece hehe). Como fechei o passeio pela manhã, a van sairia da frente da agência naquela tarde mesmo, às 14h.

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  • O Valle de la Luna

Depois que todos embarcaram, a van percorre alguns minutinhos e para em um mercadinho para que possamos comprar alguma coisa para comer no trajeto- acabei não descendo. Logo em seguida a van parte em direção ao Valle de la Luna – no caminho, a guia vai nos explicando sobre a origem do lugar, seu nome e outras curiosidades.

Além do valor desembolsado na agência, assim que é feita a primeira parada na portaria principal, foi necessário pagar 2 mil pesos chilenos de taxa para entrar no Valle – se precisar, a portaria conta com banheiros e uma pequena lanchonete.

Em seguida, a van percorre mais um trecho dentro do parque até parar em um estacionamento improvisado. Ali, iniciamos uma trilha em meio as formações rochosas rumo à Cordilheira de Sal, curiosamente também feita de gesso. Depois ficamos cerca de 20 minutos livres para caminhar pelo Valle de la Luna. Na parte alta, é possível avistar a imensidão do lugar, a Duna Grande e o Anfiteatro, formação rochosa que lembra uma grande arena romana. As paisagens são de arrepiar.

Anfiteatro

Voltando para a van, somos levados até as Três Marias. Apesar do nome, apenas duas rochas tem tamanho semelhante. Isso porque há alguns anos, um turista desavisado escalou a pedra e consequentemente a quebrou. Preso, deportado e punido com a proibição de uma nova entrada no Chile, esse turista será sempre lembrado por esse episódio lamentável.

Com tons mais claros, as rochas e o solo ao redor das Três Marias também chamam a atenção, como a que lembra a cabeça de um dinossauro saindo da pedra.

Parece um dinossauro? eu não achei, mas se a guia diz que parece….
Três Marias

De volta ao carro, seguimos até os pés do Anfiteatro – a estrutura impressiona. Ao lado fica uma pequena depressão que forma um lago na temporada de chuvas (sim, apesar de ser o deserto mais seco do mundo, chove nessa região). De lá, seguimos caminhando pelo vale. A parada foi de 20 minutos.

O Anfiteatro

  • Valle de la Muerte

Continuando com o tour, seguimos, então, para o Valle de la Muerte, nome que até hoje gera muitas histórias. A primeira delas se remete ao período colonial, quando os espanhóis aqui depositavam as cabeças dos inimigos, daí o nome. A segunda, é atribuída à pronuncia um tanto quanto equivocada de um cientista francês que realizava pesquisas no lugar e queria chama-lo de Valle de Marte. Para finalizar, acredita-se também que o nome se deve ao fato de que muitas pessoas se perdiam e consequentemente morriam aqui.

Da parte alta, avistamos toda a grandiosidade e beleza do Valle. Já era final da tarde e o pôr do sol se fez presente em meio a um cenário digno de filmes de ficção cientifica.

Um dos pontos altos do passeio era sem dúvidas a Pedra do Coyote, mirante natural que rendia as mais belas fotos do parque. Porém, o acesso a pedra está fechado há alguns anos devido ao risco de desmoronamento. Segundo relatos, a presença desenfreada de turistas sobre ela teria contribuído para seu desgaste. Mesmo assim, a região oferece outros mirantes sensacionais.

Logo após o pôr do sol, somos levados novamente para San Pedro de Atacama.

  • Dicas:

– Os Valle de la Luna e de la Muerte ficam localizados há 2.250 metros de altura, então é possível sentir sintomas do mal de atitude. Mesmo assim, ele é um dos lugares mais baixos do Atacama, por isso é o passeio ideal para fazer nos primeiros dias de viagem, para se aclimatar.

– Vá com roupas leves e sapatos apropriados, porque ao longo do passeio você deverá fazer caminhadas e subir regiões montanhosas, sem falar que o clima é bem seco. Mas também leve na mochila uma blusa de frio (de preferência uma jaqueta corta vento), pois no fim da tarde o tempo fica mais ameno e, com o vento, você poderá sentir frio. Ah, não deixe de levar uma garrafa de água, protetor solar e claro, uma câmera ou celular para tirar muitas fotos.

  • Se localize:

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