Dona de um extenso e exuberante litoral, repleto de muito verde, praias e mais de 360 ilhas, Angra dos Reis também tem um importante conjunto histórico e cultural. Fundada em 1556 pela família de Antônio de Oliveira e reconhecida como um povoado em 1560, Angra tem registros de expedições portuguesas que constam de 1502, fazendo dela uma das mais antigas cidades do Brasil.
Apesar disso, poucas construções do período colonial sobreviveram. Em compensação, as que resistiram ao tempo estão, em sua maioria, bem conservadas e se tornaram importantes atrações turísticas, sendo que boa parte de seu conjunto arquitetônico é tombado pela IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) como patrimônio do país.
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Informações práticas
Nome: Angra dos Reis
Estado: Rio de Janeiro
Fundação: 1502
População: 194 mil (2017) – 17° estado | 157° país
Gentílico: angrense
IDH: 0.724 (2010) – 31° do estado entre 92 municípios
Distância até a capital do estado: 157 km.
Em um primeiro momento, a região central de Angra dos Reis pode parecer desinteressante, já que é uma verdadeira bagunça: transito caótico, poluição visual e muitos, muitos morros com moradias subnormais e que formam a típica e contrastante paisagem urbana da cidade. E a maioria das atrações dessa região ficam em meio a tudo isso, sendo necessário desbravá-las.
Por não ser tão grande, um dia é mais que suficiente para conhecer todas as atrações do centro com calma, sendo possível conciliar também um passeio de lancha pelas ilhas da região, já que o porto também fica no centro.
No meu caso, esse tour de um dia em Angra dos Reis fez parte de uma viagem de três dias, que realizei em julho de 2015, para conhecer um pouquinho da região sul do estado do Rio de Janeiro, onde visitei Paraty, a reserva ecológica de Trindade e a cidade vizinha de Angra, no qual vou dedicar esse meu relato, tendo como foco o centro histórico da cidade.
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O que visitar
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Igreja e Convento do Carmo
Localizada bem em frente ao cais, é um dos pontos turísticos mais famosos da cidade. É um grandioso conjunto arquitetônico do final do século XVII e que teve parte de suas instalações transformadas em museu. É constituído pela Igreja do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira, que são separadas por uma torre.
Endereço: R. Frei Inácio, S/N.
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Praça General Osório
Arborizada e cheia de história, essa é a principal praça do centro da cidade, tendo ao seu redor um importante conjunto colonial do século XVIII.
Abriga um playground e vários monumentos, com destaque para o Chafariz do Marquês do Herval, popularmente conhecido como Chafariz dos Dragões, inaugurado em 1881. Bem ali ao lado fica o Restaurante Casarão, um delicioso self-service com preço bem bacana.
Localizada entre a Rua do Comércio e a Rua da Conceição, ao lado do Convento do Carmo.
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Rua do Comércio e seus casarões
Como o próprio nome diz, é a principal rua comercial do centro de Angra dos Reis, cheia de lojas, ambulantes e construções coloniais.
Nessa mesmo rua fica a Casa da Cultura, instalada em uma casarão de 1824, e a pequena Igreja de Santa Luzia, que na época de sua construção, iniciada em 1623, se localizava em frente ao mar (aterros posteriores foram feitos na região).
De arquitetura simples, ela foi a primeira matriz da cidade e abriga até hoje a imagem colonial de Santa Luzia.
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Igreja Matriz da Imaculada Conceição
A Igreja Matriz foi inaugurada em 1750 com fachada extremamente simples e sem grandes ornamentações. Mas não se engane, pois seu interior é o mais rico da cidade, com inúmeras imagens sacras, retábulos, ornamentos e uma pia batismal em mármore doada pelo próprio rei de Portugal.
Endereço: Praça General Silvestre Travassos.
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Ruínas do Convento de São Bernardino de Sena
Inaugurado em 1763, o convento foi abandonado em meados do século XX e desde então se tornou um dos maiores exemplos de descaso com o patrimônio histórico no Brasil, já que todo o conjunto é tombado pelo IPHAN.
A Igreja de Santo Antônio, situada ao lado, ainda está em funcionamento e se encontra conservada. O convento é enorme e tem um pequeno cemitério anexado, que inclusive estava cheio de curiosos objetos, provavelmente utilizados em rituais.
O convento fica situado no alto de um morro e para acessá-lo é preciso subir uma íngreme ladeira, que tem início em um Cruzeiro. A região não me pareceu ser uma das mais seguras.
Endereço: Ladeira São Bernardino de Sena.
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Praça Nilo Peçanha
Essa movimentada praça abriga os históricos prédios da Prefeitura e da Câmara Municipal, que é a antiga cadeia.
Localiza-se entre as ruas Arcebispo Santos e Prof. Lima.
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Centro Cultural Teophilo Massad
Inaugurado em 2000 em um antigo galpão de sardinhas, o conjunto cultural abriga salas de exposições, música, vídeos e um teatro para mais de 200 pessoas.
Endereço: Rua Arcebispo Santos, esquina com a Rua Honório Lima.
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Praça Zumbi dos Palmares
Também chamada de praça Almirante Tamandaré, abriga inúmeras lojas de artesanato e o belíssimo Mercado Municipal, o mercado redondo, especializado em peixes e frutos do mar.
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Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte
Localizada em uma região elevada, próxima a Praça Zumbi, a Igreja da Lapa abriga o Museu de Arte Sacra, que contém em seu acervo lindas imagens sacras do período colonial. Infelizmente é proibido tirar fotos dentro do museu.
Endereço: R. Dr. Bastos, S/N.
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Cais de Santa Luzia
Faz parte do famoso e histórico Porto de Angra dos Reis. A região é interessante, pois há inúmeros barcos de pesca e turismo, além de muitos vendedores ambulantes e algumas lanchonetes.
Ao passar pelo cais, é extremamente comum oferecem passeios de barco até a famosa e badalada Ilha Grande, que na época saía por cerca de 100 reais um passeio de 6 horas para duas pessoas.
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De Paraty à Angra de ônibus intermunicipal
Como estava em Paraty, a opção mais barata era ir de ônibus intermunicipal a partir da rodoviária da cidade até Angra dos Reis. A passagem custou cerca de R$10,00 (2015) e é feita em um ônibus urbano, um pouco apertado e velho, da empresa Colitur, que praticamente domina a região.
O trajeto entre as duas cidades é feita pela BR 101, que margeia o mar, e durou cerca de duas horas. Apesar das lindas paisagens (com destaque para o azul do mar) a viagem é bem cansativa , principalmente pela grande quantidade de curvas e também porque o ônibus faz muitas paradas.
Esse ônibus faz várias paradas na região central de Angra dos Reis, sendo que a mais próxima dessas atrações é ponto da Avenida Júlio Maria, bem em frente ao Cais.
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Dicas extras
E por ser uma região muito movimentada, é sempre bom tomar os devidos cuidados com objetos pessoais e ver os melhores trajetos entre as atrações. Ah, o sol na cidade também não é brincadeira, então é bom usar um chapéu ou boné, roupas leves, tênis (já que a região é montanhosa), além de usar muito protetor solar e beber água.
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